Os que apreciam um bom thriller psicológico e não resistem a filmes como Janela Indiscreta, por exemplo, não podem deixar de conferir o livro A Garota no Trem (Ed. Record, R$ 35, 378 pgs), da autora Paula Hawkins. O livro é cheio de suspense e surpresas inimagináveis que incitam o leitor a não abandonar a leitura.
A Garota no Trem traz a história de Rachel Watson, uma mulher de meia-idade, desempregada, divorciada e com problemas de alcoolismo. Ela divide a casa com uma amiga, Cathy, a quem não teve coragem de contar que perdeu o emprego. Por conta disso, Rachel viaja todos os dias de trem com destino a Londres, para fingir que continua trabalhando e manter as aparências. Em meio a uma vida depressiva, Rachel encontra consolo em suas viagens de trem, em que passa o tempo observando a vida de outras pessoas aleatórias.
O trem sempre para em um sinal que dá a Rachel a sua vista favorita do trajeto: a casa de número 15. Ao olhar essa casa, ela sempre sente uma afeição e carinho por seus moradores, a quem batizou de Jason e Jess e idealizou como um casal perfeito.
Um dia, Rachel acredita ter visto algo estranho e, após isso, Jess, que na verdade se chama Megan, desaparece. A partir daí, Rachel sente a necessidade de ajudar a descobrir o paradeiro de Megan e, para isso, vai precisar reabrir certas feridas e descobrir certas verdades que revelam o lado mais sombrio das pessoas.
O livro é narrado por três pontos de vista: o da protagonista Rachel, o da desaparecida Megan e o de Anna, a nova mulher do ex-marido de Rachel. A narração das três mulheres mostra uma história repleta de personagens inseguros, paranoicos e solitários.
A vida medíocre de Rachel não chega a dar pena. Na verdade, nos pegamos torcendo para que ela se afunde mais um pouco porque, assim, ela poderá trazer à tona informações cruciais para o desfecho da trama.
A história é tensa e o suspense acompanha o leitor desde as primeiras páginas. Além de nos envolver em questionamentos e pensamentos, A Garota no Trem ainda nos faz refletir sobre a possibilidade de não conhecermos de fato as pessoas com quem convivemos. Aos amantes de thrillers, esse livro é um prato cheio.