Na semana retrasada, fizemos um post com 8 teorias incríveis sobre Game of Thrones. O universo da série é tão rico e extenso que tivemos que deixar várias de fora. Portanto, voltamos ao assunto com novas 7 teorias de derreter o cérebro. Veja abaixo e diga nos comentários se concorda ou não!
ATENÇÃO: ESTE POST CONTÉM ALTOS SPOILERS DOS LIVROS DAS CRÔNICAS DE GELO E FOGO E TAMBÉM DA SÉRIE DE TV ATÉ A SEXTA TEMPORADA.
ATUALIZAÇÃO: Com o final da sexta temporada, a teoria 1 foi descartada.
1) Howland Reed é o Alto Pardal
Quem só assiste a série pode não se lembrar do nome, mas quem lê os livros sabe que Howland Reed, pai de Meera e Jojen, é um nome importante. Ele é um dos maiores aliados dos Starks, tendo lutado diversas vezes ao lado de Eddard, em especial na rebelião de Robert. A amizade entre os dois e o fato de Howland ser o único sobrevivente da batalha da Torre da Alegria (Tower of Joy) significam que ele é a única pessoa viva que sabe que Jon é filho de Rhaegar Targaryen e Lyanna Stark (se a teoria se provar certa, calro).
O conhecimento das origens de Jon e a lealdade aos Starks teriam feito Howland Reed bolar um plano mirabolante: criar um personagem religioso para si mesmo, encarar o papel por meses e se tornar o septão de Porto Real. Dessa forma, ele se tornou o Alto Pardal, atual causador de atritos na capital e dor-de-cabeça dos Lannister.
Um detalhe que corrobora a tese: as descrições físicas de Howland e do Alto Pardal no livro são similares (baixo, esguio e com os cabelos presos em um coque). Além disso, os cranogmanos (povos do pântano, como os Reed) são famosos por não entrarem de frente nas batalhas, preferindo manter suas identidades escondidas enquanto esperam maquiavelicamente para destruírem seus inimigos.
A pergunta óbvia que vem à cabeça é: por quê? Bem, em primeiro lugar, há o fato de que Reed provavelmente quer vingar o amigo Eddard e os Starks em geral. Em segundo, talvez ele esteja usando a fé como forma de obter poder (algo que está efetivamente conseguindo, após perdoar a dívida da Coroa em troca de permissão para ter poder militar). Além de usar esse poder para derrubar os Lannister, o Alto Pardal também poderia usá-lo para instituir Jon como rei, já que este é o herdeiro legítimo.
Há vários problemas com essa teoria. A mais óbvia é que, para executar esse plano, Howland teria que abandonar sua família no Norte em tempos de guerra intensa e passar muito tempo distante, viajando, escondendo sua identidade e trabalhando para obter um culto gigantesco em torno de si. Outra questão é que, no Norte, as pessoas cultuam os Antigos Deuses em vez d’Os Sete, de modo que Howland não era versado nessa religião a ponto de conseguir se tornar o Alto Septão.
E ainda tem Bran: não é preciso que Howland Reed conte a todos que Jon é filho de Rhaegar e Lyanna, basta uma das visões da criança que mais faz besteira nessa série. Levando isso em conta, o Alto Pardal serviria apenas como forma de validar a informação de Bran graças ao seu poder politico, permitindo que Jon subisse ao trono.
Sabemos que as possiblidades de essa teoria ser verdadeira são baixas, mas e se?
2) A história de Westeros acontece em um looping temporal infinito
Parece que a única coisa de qual se fala ultimamente é o Bran. Já está ficando mais repetitivo do que propaganda da Jequiti no SBT. Dessa vez, só para dar uma relaxada (SQN), vamos falar de Bran + Física. Que tal? Pura diversão!
O usuário do Reddit Jdylopa sugere uma teoria curiosa. Segundo ele, o mundo de Game Of Thrones se revolve no princípio de autoconsistência de Novikov. Calma que a gente explica: o princípio foi desenvolvido pelo físico russo Igor Dmitriyevish Novikov na década de 80 e tem como foco resolver os paradoxos que envolvem a viagem no tempo. Segundo ele, se um evento pode causar mudanças no passado, as chances de esse evento ocorrer são nulas.
Basicamente seria o seguinte: Uma viagem no tempo feita por Bran não poderia ocorrer se ela fosse alterar a cronologia de algum evento no passado. Os efeitos dessa viagem poderiam afetar outra dimensão paralela, mas nunca a atual.
Conclusão: o tempo não seria uma linha contínua, mas sim um círculo, ocorrendo eternamente em looping. Tudo que vai acontecer, na verdade, já aconteceu, e qualquer tipo de “alteração” no passado na verdade é algo essencial para que o status quo permaneça inalterado. Ou seja, as viagens de Bran não poderiam ser usadas para mudar eventos que já aconteceram, elas só serviriam para garantir que o que tem de acontecer irá acontecer.
Isso se encaixa muito bem com o que tem acontecido na série. Pense: por que o Corvo de Três Olhos simplesmente não explicou a Bran o que aconteceria se ele usasse a Visão Verde sem supervisão? Por que ele não preveniu Bran ou tomou medidas para impedir que o garoto fosse visto pelo Rei da Noite? É óbvio: ele sabia que aquilo precisava acontecer. O Rei precisava tocar Bran, os White Walkers precisavam invadir a caverna, o Corvo e Hodor precisavam morrer, etc.
O fato de o Corvo ter dito a Bran que ele não poderia mudar o passado e que este já está escrito seria, portanto, uma manipulação. Um modo de atiçar Bran para que ele usasse a Visão Verde sozinho e pusesse em ação os eventos necessários. Bran seria apenas um instrumento do destino.
E isso nos leva a nossa terceira teoria…
3) Todos os Bran Starks são a mesma pessoa
Preparado para ficar confuso? De acordo com o quinto episódio desta temporada, percebemos que Bran Stark é capaz de viajar de volta no tempo e influenciar o futuro (Doctor Who feelings), uma vez que mudou a vida de Hodor. Mas e se ele manipulasse a história num nível maior, a ponto de influenciar Westeros inteira?
Vamos começar pelo começo. Esta teoria tem base na história d’O último Herói, o homem que, durante a outra invasão dos White Walkers, há 8 mil anos, procurou os Filhos da Floresta para ajudá-los na luta. Ele perdeu todos os seus homens na jornada, porém encontrou os Filhos e estes o ajudaram a derrotar os branquelos na Batalha da Alvorada, mandando-os para o exílio. Não fosse O Último Herói, Westeros já teria sido tomada pelos White Walkers há muito tempo.
Logo após a Batalha da Alvorada, a Muralha foi construída. Bran, o Construtor, com a ajuda de gigantes e dos Primeiros Homens, ergueu o paredão para que os White Walkers não a atravessassem. Não foi só isso que ele construiu: Bran, o Construtor também ergueu Winterfell e, provavelmente, Ponta Tempestade (castelo dos Baratheon).
A ideia dessa teoria é a seguinte: O Último Herói, na verdade, foi um homem em que o Bran moderno incorporou (com seus poderes de warg), pois ele já sabia que os homens e os Filhos da Floresta precisavam atuar juntos nessa guerra. A religião dos Filhos da Floresta (os Deuses Antigos) precisava ser mantida no Norte para que, no futuro, o pequeno Bran, filho de Eddard, pudesse aprender a wargar e, dessa forma, manter o ciclo. Veja: se os Filhos da Floresta tivessem desaparecido naquela época, Bran jamais teria chegado ao Corvo de Três Olhos nos tempos atuais. Westeros estaria perdida, tanto outrora quanto agora.
E a coisa vai além. Vamos lembrar dessa passagem da Velha Ama no primeiro livro:
“Eu poderia contar-lhe a história de Brandon, o Construtor”, a Velha Ama disse. “Sempre foi sua favorita”.
Milhares e milhares de anos atrás, Brandon, o Construtor, havia erguido Winterfell, e alguns diziam que também a Muralha. Bran conhecia a história, mas nunca havia sido sua favorita. Talvez um dos outros Brandons tivesse gostado da história. Às vezes, a Velha Ama falava com ele como se ele fosse seu Brandon, o bebê de quem ela havia cuidado anos atrás, e às vezes ela o confundia com seu tio Brandon, que foi morto pelo Rei Louco antes de Bran nascer. Ela havia vivido por tanto tempo, a mãe lhe dizia, que todos os Brandon Starks haviam se tornado uma pessoa só em sua cabeça.
Talvez porque todos os Brandon Starks de fato fossem a mesma pessoa? Afinal, se Bran foi capaz de wargar no Último Herói, é perfeitamente possível que ele também tenha wargado em Bran, o Construtor, para providenciar a construção da Muralha. E faz todo o sentido que ele tivesse continuado a fazê-lo ao longo dos séculos, moldando a história e cuidando para que todos os eventos culminassem exatamente onde precisavam culminar: com o jovem Bran Stark, filho de Eddard, chegando ao Corvo de Três Olhos e tomando seu lugar.
Claro, é perfeitamente possível que Bran seja apenas Bran, e que ele irá decidir que é melhor não mudar o passado. Mas não dá pra negar que a teoria faz todo sentido. O que nos leva a outra teoria…
4) Bran é Azor Ahai
O Príncipe Prometido, ou R’hllor, ou Azor Ahai, tem uma história parecida com a do Último Herói. Segundo as lendas de Asshai (a terra de origem de Melisandre), Azor Ahai é um herói que, num passado distante, possuía uma espada em chamas chamada de Luminífera e que derrotou a escuridão com ela. Vale dizer que, no mundo de Westeros, O Último Herói é encarado como fato, enquanto Azor Ahai é encarado como mitologia religiosa. Não é claro se os dois são a mesma pessoa ou se estão relacionados.
De acordo com profecias, Azor Ahai vai “renascer como um campeão” depois de um longo verão, quando uma força escura cair sobre o mundo, e que ele voltará a erguer a Luminífera. Já foi especulado que Azor Ahai pode ser tanto Jon Snow quanto Daenerys (os dois candidatos mais prováveis). Porém, após as surpresas do episódio Door, Bran Stark se tornou uma escolha possível.
Caso Bran realmente venha a ter não somente a Visão Verde e a capacidade de incorporar, mas também seja um viajante do tempo que também foi Bran, o Construtor, então é perfeitamente possível que ele também tenha sido O Último Herói/Azor Ahai.
E, se O Último Herói e Azor Ahai forem realmente um homem só, ele é o escritor da história do mundo inteiro de GoT, sendo o maior influenciador. Isso explica, por exemplo, as vozes que sussurram aos sacerdotes e sacerdotisas da noite (como Melisandre). Seria, na verdade, a voz de Bran, falando a partir do futuro, tentando construir um exército de fogo para ir contra os Caminhantes Brancos e derrotá-los.
É realmente possível que esta teoria seja furada, mas seria um jeito bem bacana de juntar toda a história do culto de R’hllor com tudo que está acontecendo ao norte de Westeros.
5) Daenerys vai ser a vilã da história
Ao final do sexto episódio, com o discurso épico de Daenerys Targaryen à sua horda de seguidores dothraki, fica a dúvida no ar: Será que finalmente chegou a hora de ela, seu exército e seus dragões marcharem para Westeros? É uma boa hora para concretizar a promessa, após seis temporadas (!) de expectativa. Porém, há quem diga que a evolução de Daenerys está levando a khaleesi para um caminho, no mínimo, incerto. E o discurso épico deixou alguns fãs com o pé atrás em relação às suas intenções. Estaria ela se tornando a grande vilã da saga?
Vamos partir do princípio. Em seu discurso, Daenerys diz o seguinte: “Todo khal escolhe 3 companheiros de sangue para lutarem ao seu lado. Mas eu não sou um khal (…) Eu escolho todos vocês. Vocês montarão os cavalos de madeira através do Mar Negro de Sal [Mar Estreito]? Vocês matarão meus inimigos em suas armaduras de ferro e destruirão suas casas de pedra? Vocês me darão os Sete Reinos, que Khal Drogo me prometeu sob a Mãe das Montanhas? Vocês estão comigo? Agora e sempre?” (tradução livre). Uma coisa é inegável: sua fala lembra muito a de Khal Drogo na primeira temporada, em que ele promete dominar Westeros para ela e seu futuro filho juntos. O caldo engrossa quando paramos para refletir sobre o que esse discurso significa. Afinal, é uma premissa e tanto para uma guerra das grandes.
Embora muito se fale sobre a possibilidade de Dany ser o Azor Ahai, também conhecido como “aquele(a) que salvará o reino dos Caminhantes Brancos sinistros”, o fato é que ela está indo para Westeros. E tudo indica que não será a passeio. Tendo isso em mente, é preciso lembrar que lá temos todos aqueles que odiamos (vulgo Lannisters, Boltons, Freys e companhia), mas também aqueles que amamos (Starks, a Patrulha e por aí vai). Se Daenerys pretende cair com tudo em cima de todo mundo em busca do seu trono prometido, talvez sua ida não seja lá uma boa ideia. Espalhar caos, fogo e sangue aos quatros ventos talvez traga mais problemas do que soluções.
A ideia de que Daenerys, que é pintada desde o começo como a heroína da história, possa se tornar uma espécie de vilã é bem cruel. Até porque ela provavelmente é a única capaz de, utilizando seus dragões, parar a ameaça dos White Walkers.
Mas veja bem, isso é Game of Thrones. Pense em todas as viradas totalmente inusitadas e/ou cruéis da história até agora e junte a isso o fato de estarmos lidando com a filhinha do Rei Louco Aerys II, que tocou o terror em seu tempo queimando com fogo-vivo todos os que se opunham à sua vontade. Assim, talvez essa desconfiança sobre as intenções da khaleesi passe a fazer mais sentido.
Para fechar a reflexão, fica a pergunta: Por que, afinal de contas, Daenerys está indo para Westeros? “Para conquistar o trono que é seu por direito, oras”, talvez você pense (e com razão). Mas isso trará justiça e consertará os erros e a corrupção que assolam o continente? Nem ela e nem nós sabemos. Ao contrário da sua investida na Baía dos Escravos, em que buscava liberdade e “fazer o certo”, a saga da Mãe dos Dragões pelo trono possui um ar mais individualista.
E mais: para chegar efetivamente ao continente, ela e seu exército precisam de navios. Com a sua frota recentemente destruída, quem pode se prontificar para ajudá-la? Pois é, estou falando do recém-coroado (e candidato a vilão) Euron Greyjoy, que, inclusive, já declarou interesse em um relacionamento com Dany.
Todo esse novo quadro contribui para que os fãs da série (inclusive os que torcem por ela) fiquem apreensivos. Essa marcha sobre Westeros vai salvar o continente ou terminar de destruí-lo?
“Lannister. Baratheon. Stark. Tyrell. Todos são raios de uma roda. Um no topo, depois o outro, depois o outro, conforme ela gira. Eu não vou parar a roda. Eu vou destruí-la” – Daenerys Targaryen sobre a dança das cadeiras de Westeros (episódio 8, quinta temporada).
Tudo pode acontecer.
6) Quaithe é Shiera Seastar
“Shiera quem?”. Calma, esta é mais uma teoria com base em acontecimentos que não são discutidos na série. Shiera Seastar é uma das filhas bastardas de Aegon, o Indigno, o 11º rei da linhagem Targaryen e tatatataravô de Daenerys. Considerado o pior rei de Westeros, Aegon teve dezenas de filhos bastardos e, em seu leito de morte, legitimou todos, gerando brigas, desavenças e guerras por anos a fio. Um de seus bastardos, inclusive, gerou a primeira Rebelião Blackfyre, que é importante para a teoria 7. Mas já já falamos disso.
A teoria aqui é que Quaithe pode ser Shiera Seastar, uma das bastardas. Para quem não se lembra, Quaithe é uma personagem extremamente misteriosa que apareceu para Daenerys na segunda temporada da série e também no segundo, terceiro e quinto livros. Ela se identifica como “Quaithe das sombras” e esconde seu rosto com uma máscara de laca vermelha. Também diz ser uma “dobradora de sombras de Asshai”, assim como Melisandre. Asshai é uma cidade no extremo de Essos sobre a qual se sabe pouquíssimo.
Isso é basicamente tudo que sabemos sobre Quaithe, ou seja, quase nada.
Para Quaithe ser Shiera, isso significa que a bastarda de Aegon precisaria ter mais de 100 anos. No entanto, isso não é impossível: o irmão e amante de Shiera era Brynden Rivers, provável real identidade do Corvo de Três Olhos (sim, aquele que ajuda Bran!). Qualquer que seja a técnica que o Corvo usou para estender sua vida, parece razoável supor que ele compartilhou o segredo com Shiera. Além disso, é dito nos livros que a mãe de Shiera, Serenei, era uma feiticeira e praticava magia negra – especificamente, ela “se banhava em sangue para manter sua juventude”. Estão explicadas, portanto, a longevidade de Quaithe e sua aparência jovem.
Interpretações de fãs para Shiera Seastar no DeviantArt
Mais uma evidência: “Seastar” alude à ideia de estrela-guia. E esse é exatamente o papel de Quaithe na trama: ela guia Daenerys quando a moça está perdida no mar dothraki. A certo momento, quando Dany pergunta o que ela quer, Quaithe responde: “mostrar-lhe o caminho”.
Por fim, é dito que Shiera gostava de ler e se cercava de pergaminhos antigos. Portanto, é bem possível que ela tenha lido sobre Azor Ahai e, por esse motivo, decidido ir para Asshai, onde aprendeu segredos e magias diversos.
A teoria faz sentido porque é bastante racional que uma princesa Targaryen exilada esteja trabalhando para colocar Daenerys, uma parente sua, de volta no Trono de Ferro. E também faz sentido que ela ache que Dany é Azor Ahai renascido e, portanto, queira ajudá-la a livrar o mundo da escuridão.
A última correlação está na famosa profecia de Quaithe. Em A Fúria dos Reis, ela diz a Dany para sair de Qarth. Dany pergunta para onde iria e Quaithe responde:
“Para ir ao norte, você deve ir ao sul. Para alcançar o oeste, você deve ir para leste. Para ir para frente, você deve ir para trás e para tocar a luz você deve passar sobre a sombra.”
Isso ressoa de maneira muito forte com o sexto episódio desta temporada, Blood of My Blood. Ao longo da quinta temporada e do quinto livro, vimos Daenerys se esforçando para governar Meereen pacificamente – sempre repetindo seu mantra “Se olhar pra trás, estou perdida”, que simboliza a supressão de seus desejos violentos e seus instintos. Mas todos sabemos que Dany não faz um grande trabalho como governante. Após voar com Drogon e ir parar com os dothraki, porém, ela tem uma forte mudança de personalidade. Ela cansou de tentar resolver as coisas na conversa. Ela mesma admite, no livro: “para seguir em frente, preciso voltar”. Voltar para Westeros, claro, e também aos tempos de conquistadora que tinha como khaleesi. Portanto, a primeira parte do enigma está explicada: para evoluir como líder, Dany precisa voltar a ser o que era. Quaithe estava certa.
Seria Quaithe uma Targaryen feiticeira ajudando sua prima distante? Parece bem provável. O que ela quer com isso, porém, continua um mistério.
7) Tudo que Varys faz é uma conspiração para colocar um Blackfyre no trono
Esta teoria é bem complexa, porém extremamente provável, já que precisa e consegue que várias variáveis convirjam da forma certa. Para entendê-la, porém, precisamos voltar 120 anos na história da saga. Além de gerar muitos bastardos, Aegon, o Indigno, também teve um filho legítimo, Daeron II, que seria o herdeiro do trono. Entre os bastardos, havia dois personagens importantes: Daemon Waters, que posteriormente assumiu o nome Blackfyre e adotou um dragão negro de três cabeças como seu símbolo, e Aegor Bittersteel.
Quando Aegon morreu, Daemon foi à guerra contra Daeron para conquistar o Trono – foi a primeira Rebelião Blackfyre. Daemon morreu, mas Aegor Bittersteel sobreviveu, fugiu com os descendentes de Daemon para as Cidades Livres e fundou a Companhia Dourada – uma liga composta por mercenários. A partir de então, Aegor passou a batalhar para honrar o legado de Daemon e colocar um dos Blackfyres no poder. Houve outras quatro Rebeliões Blackfyre até que sor Barristan Selmy, na flor da idade, venceu (e matou) Maelys Blackfyre, último Blackfyre.
Ou não. Embora haja um consenso sobre Maelys ser o último descendente, muito se diz sobre ele ser apenas o último da linhagem de homens. Ou seja, ainda haveria uma donzela Blackfyre em jogo.
Ok, mas o que Varys tem a ver com tudo isso? Aqui, entra uma história dos livros que não está sendo contada na série de TV. Nos livros, Aegon Targaryen, o filho bebê de Rhaegar Targaryen e Elia Martell, supostamente assassinado pela Montanha, sobreviveu. Lorde Varys havia trocado o bebê por outra criança e levado o real Aegon para as Cidades Livres, onde o garoto foi criado por um homem chamado Jon Connington. No quinto livro, A Dança dos Dragões, Aegon volta a Westeros para reivindicar seu trono, atualmente em posse dos Lannister.
Pela teoria, esse garoto que está sendo anunciado como Aegon, na verdade, não é Aegon coisa nenhuma, e sim um filho da tal donzela Blackfyre. Uma evidência forte sobre sua verdadeira origem é que sua invasão a Westeros conta com o apoio da Companhia Dourada. Por que raios a Companhia apoiaria um Targaryen se ela surgiu da luta em apoio aos Blackfyre e contra os próprios Targaryen? O que se especula é que os mercenários sabem sobre as origens secretas de Aegon.
Está estabelecido portanto que Varys está ativamente auxiliando Aegon em sua busca pelo trono. Mas ele também está ajudando Daenerys: na primeira temporada, vemos que Varys e Illyrio Mopatis (o homem que arranjou o casamento de Daenerys com Khal Drogo) estão conspirando contra o reinado de Robert. Até então, o plano parecia ser oferecer Daenerys a Khal Drogo e, usando seu exército dothraki, colocar Viserys Targaryen no Trono. Aegon viria e se juntaria a Viserys depois, ou os dois governariam juntos.
Com os contratempos que acontecem, como as mortes de Viserys e Drogo, o plano passa por mudanças. Embora tenha havido uma tentativa de arranjar a união entre Aegon e Daenerys, no final não dá certo e Aegon, com o apoio da Companhia Dourada, acaba invadindo Westeros sozinho (no quinto livro). No momento, os leitores estão aguardando para saber o desfecho: Aegon conseguirá subir ao trono? E Daenerys, quando chegar a Westeros, irá se unir a ele ou ficará contra ele? Os últimos Targaryen irão guerrear entre si?
A pergunta é: por que Varys está ajudando Aegon e Daenerys separadamente? Por que não fazer todo o possível para uni-los e conciliá-los?
Se Aegon for um Blackfyre, tudo ganha um novo contexto. O objetivo final de Varys sempre teria sido colocar Aegon no poder. A investida dothraki/Targaryen sobre Westeros serviria apenas para desestabilizar o reino. Se Viserys ascendesse ao poder, sua instabilidade e crueldade criariam um cenário mais favorável para Aegon aparecer em um futuro próximo com uma aura de salvador da pátria e clamar seu trono.
Mas por que Varys quer especificamente que Aegon seja o rei? Bem, aqui a teoria se aprofunda. Alguns fãs dizem que o pai de Aegon é Illyrio Mopatis e a tal donzela Blackfyre seria sua esposa falecida, Serra. Varys, pasmem, seria irmão de Serra. Sim, Varys seria um Blackfyre! Isso explica por que ele é careca: ele raspa os cabelos para esconder os fios esbranquiçados característicos dos Targaryen/Blackfyre.
Mas, acima de tudo, essa teoria explica não só o que Varys quer, mas também por que ele faz o que faz. Se você parar pra pensar, Varys desestabilizou os governos dos três últimos reis. Ele falava mal de Rhaegar para Aerys II, convencendo o Rei Louco de que seu filho conspirava para destroná-lo. Quando Robert Baratheon assume o trono, instaurando uma “era de ouro”, Varys conspira para colocar Viserys em seu lugar. E quando Tommen assume, Varys ressurge do exílio para matar o Meistre Pycelle e Kevan Lannister, desestabilizando mais uma vez a coroa.
Por que um homem que quer “a paz do reino” fica conspirando e derrubando governantes que podem trazer paz? E se o objetivo em questão é ter um Targaryen no poder, por que ele simplesmente não apoiou Rhaegar no começo?
Quer mais uma última evidência de que essa teoria é verdade? Em A Dança dos Dragões, Quaithe alerta Daenerys, em enigmas, sobre todas as pessoas que são ameaças a ela: Tyrion Lannister, Quentyn Martell, Jon Connington, os Greyjoy e também o “dragão do ator”. O ator seria Varys e o dragão, Aegon. Uma pista bem clara de que Varys está trabalhando contra Daenerys, e não a seu favor.
Se Varys e Aegon forem Blackfyres, tudo se encaixa e fica claro que Varys, durante esses anos todos, com suas falsas lealdades e traições, esteve ativamente trabalhando para desestabilizar o reino e criar o cenário perfeito para a chegada de Aegon.