Nada de novo, esse é o problema, nada de novo. Estamos acostumados a assistir filmes que quase sempre contam a mesma história, principalmente quando o gênero é romance. Mudam os personagens, o cenário, mas as tramas são sempre muito parecidas. E, às vezes, até gostamos de ver algo apenas por distração, que vai nos ocupar por uma ou duas horas. Mas, quando se trata de livros, não é bem assim, pelo menos não para mim. Passar por 270 páginas sem nenhuma surpresa pode ser bem frustrante.
A Geografia de Nós Dois, de Jennifer E. Smith, infelizmente, é assim. O livro conta a história de dois jovens, Owen e Lucy, que, depois de um conflito no elevador do prédio em que moram, se tornam muito amigos. No entanto, logo depois de se conhecerem, Lucy e sua família precisam ir embora para outro país e, em seguida, Owen e seu pai caem na estrada, viajando sem destino. Os dois, mesmo se conhecendo há pouquíssimo tempo, criam um laço muito forte e continuam mantendo contato, não por telefone ou mensagens, mas por cartões postais.
O livro, que era para falar de romance, retrata o amor dos dois jovens que precisam se separar logo no começo de uma amizade e que, com o passar do tempo, continuam se gostando. Mesmo assim, eles conhecem outras pessoas e vivem novas experiências. Também era para falar de viagens, outra peculiaridade muito interessante de se explorar nos livros, já que eles têm a capacidade de nos transportar para dentro das histórias. Mas, sinceramente, eu não me senti indo a lugar nenhum, mesmo que os personagens passeiem de Edimburgo à Paris.
A questão central do livro não deixa de ser interessante, afinal o amor à distância é um tema que sempre instigou muitos escritores. Owen e Lucy são bem reais, com preocupações como estudos, mudanças, futuro – podemos até mesmo nos reconhecer neles. As relações familiares (outro tema incrível de ser explorado) também são uma vertente principal da obra. A narrativa é leve, fácil, rápida. E todas essas não são características ruins, mas juntas, nesse livro, esbarram no genérico. Chega a ser maçante.
Sim, é claro que, em um mundo com tantas pessoas que já fizeram tanto, criar algo totalmente novo parece uma missão impossível. Mas o maior problema desse livro é que, além de estar longe de ser uma novidade, também não apresenta nada de diferente. Não é uma história ruim, é até bem escrita, com alguns trechos muito poéticos. Só que é uma história sem graça. São personagens clichês num enredo clichê e um final… bonitinho, mas clichê.