Hoje, o Blog da TdF chega à incrível marca dos 200 posts. Inaugurado em julho do ano passado como um veículo para trazer conteúdo produzido pela Turma do Fundão, o blog trouxe desde então diversas dicas de livros, filmes, séries, games e eventos, além de entrevistas e outros conteúdos especiais.
Para comemorar, os TdFs selecionaram algumas das perguntas mais comumente feitas à redação pelas redes sociais, pelo e-mail mundoestranho@abril.com.br e pela twitcam. Depois, entrevistaram a equipe da ME para saber as respostas. Confira abaixo o resultado:
Como vocês descobrem as informações das matérias? E se não encontram alguma informação que precisam?
Tiago Jokura, editor: Na maioria das vezes, repórteres freelancers (que trabalham fora da redação) são contratados para correr atrás das informações. Essa atividade é chamada de apuração. Às vezes, os editores também assumem a apuração. Os métodos mais comuns de obter a informação: fazer entrevistas com especialistas no assunto e pesquisar documentos, livros, filmes e sites relacionados. Quando não encontramos a informação que precisamos (o que é bem raro acontecer), tentamos ver se algum outro tópico que pintou na apuração do repórter é instigante ou curioso o bastante para segurar a matéria. Nesses casos, pode ser até que mudemos o título e a proposta que a reportagem original teria. Em casos extremos de falta de informação, cancelamos a reportagem.
Como funciona o banco de pautas da ME? De onde vem as pautas e como vocês decidem quais usar?
Marcel Nadale, editor: É um enorme “bloco de anotações” onde a gente joga todo tipo de boa sugestão de pauta. É enooooorme, tá com umas 100 páginas de Word (eu só ando por ele com a função “buscar”). Há várias subdivisões, como, por exemplo, capítulos só com as sugestões específicas de alguns editores e repórteres. Há um capítulo só para as ideias de TdFs também (para eu poder organizar um rodízio e tentar publicar algo de todo mundo). As perguntas vindas dos leitores (pelo site, por email, pelo Twitter, pelo Faceboook…) compõem a maior parte do documento. Elas são separadas por tema (“Guerra, Armas e Crime”, “Mistérios e Sobrenatural”, “Hard Science”, “Cultura”, “Esporte”, “História”, etc.).
No finzinho do arquivo, temos as pautas já alocadas especificamente para algum mês futuro. É muito comum recebermos uma avalanche de sugestões temáticas ligadas a um feriado, por exemplo – mas aí a edição relativa a esse mês já está nas bancas. Então, elas ficam guardadas para o ano seguinte. Foi o caso recente, por exemplo, da P&R “Por que a abóbora é o símbolo do Halloween?”. Recebemos em outubro de 2011 e agendamos para outubro de 2012. Por fim, temos a nossa longa lista de ideias para matérias de capa (que é ultra top secret!). Lá há algumas coisas LINDAS demais, que me deixam superansioso para meter a mão na massa. Pra vocês terem uma ideia, estou contando os dias para finalmente fazer a capa que programamos para julho de 2013. Vocês vão amar.
Como decidimos usar as pautas? Varia muito. Há aquelas que entram por causa de algum gancho no mês (como essa de Halloween, ou matérias de Oscar e Carnaval em fevereiro). O resto é escolhido tentando equilibrar diferentes aspectos necessários em cada edição. Geralmente selecionamos, por exemplo, uma pauta de cada tema (“História”, “Hard Science”, etc…). Pelo menos duas pautas que rendam infográficos tradicionais; uma pauta explicável por data visualization e uma pauta que funcione como galeria de fotos. Além disso, escolhemos pautas que cumpram nossa “receita” de tamanhos de página: geralmente, 5 P&Rs de página dupla, 8 de página simples e 8 de ½ página.
Pra finalizar, um pedido: se você for pedir uma pauta, SEMPRE dê seu nome completo, cidade e estado. Assim, você recebe o devido crédito pela ideia e pode matar seus amigos de inveja 😉
Como vocês escolhem o ilustrador para cada matéria? E como os textos ficam tão bem encaixadinhos nos desenhos?
Babi Brasileiro, designer: Toda edição, fazemos uma reunião específica de ilustradores, na qual os designers decidem o rumo que a matéria vai tomar, o estilo, as cenas, etc. Pela cartela de ilustradores que já temos, e pelos portfolios que sempre recebemos, decidimos então qual profissional se encaixa melhor para cada reportagem. Toda pagina é “desenhada”, ou seja, fazemos um layout do que vai entrar em cada lugar: legendas, títulos, etc. Isso antes de passar o trabalho para o ilustrador. Ele, a partir daí, faz a ilustração da página.
Para que serve a TdF? O que eles fazem?
Victor Bianchin, editor: Em primeiro lugar, eles produzem o conteúdo deste blog e da página reservada para a TdF na revista. Não é uma tarefa simples: escrever um texto para a ME é bem diferente de escrever uma redação de colégio. Além disso, na revista existe o desafio de escrever textos que sejam, ao mesmo tempo, curtos e informativos. A TdF também participa da edição impressa opinando no Duelo e no Debate e sugerindo pautas. Muitas das sugestões são aproveitadas. Outra parte do trabalho está nos bastidores: os TdFs servem como uma amostragem dos nossos leitores, e nos ajudam a saber se um certo assunto é popular ou não, se estamos nos repetindo, se a revista está deixando alguma coisa de fora, se as matérias estão acertando no ponto, etc. Já chegamos a consultar a TdF até para as chamadas de capa! Ah, e de vez em quando eles dão uma passada na redação para falar oi.
Quem escolhe os resultados Dos concursos culturais? Todos os concorrentes são lidos?
Lorena Dana, analista de mídias sociais: Sim, nós lemos todas as respostas que vocês enviam para os concursos culturais, tanto os da revista como os das redes sociais! Antes de escolher os vencedores, a gente verifica o banco de dados e desclassifica as inscrições fora de contexto ou que não estejam de acordo com o regulamento. Depois, nós filtramos as melhores respostas e verificamos se não há repetições. Se houver alguma resposta idêntica, vale a que foi inscrita primeiro. Os ganhadores são escolhidos por três jurados que são funcionários da Mundo Estranho e/ou da redação de internet do Núcleo Infanto-Juvenil.
Vocês da redação são amigos? Fazem alguma coisa juntos?
Pedro Piccinini, designer: Claro, somos sim! O pessoal é bem unido aqui na ME. Além dos almoços em grupo durante a semana inteira, das saídas para o café e dos papos do dia-a-dia, vez ou outra a galera se encontra online para uma jogatina e também offline para algum programa diferente. Na foto abaixo, você confere um almoço especial que tivemos nesta semana para comemorar o aniversário da Giselle Hirata, ex-editora da ME.
Da esquerda para a direita: Renata Miwa, designer da revista Bravo!, Giselle Hirata, ex-editora da ME, Marcel Nadale, editor, Babi Brasileiro, designer, André Minello, ex-designer da ME, Tiago Jokura, editor, Victor Bianchin, editor, Mayra Fernandes, designer, e Pedro Piccinini, designer