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Abaixo o monopólio do mal

Narcisistas, paranoicos ou pessoas completamente normais. Ser cruel não é exclusividade de psicopatas

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h54 - Publicado em 25 fev 2011, 22h00

Texto Maurício Horta

O Oriente é vermelho/ O Sol nasceu/ A China deu à luz /Mao Tsé-tung/ Ele trabalha pelo bem do povo/ Urra, ele é o nosso grande salvador”, entoavam os chineses durante a Revolução Cultural (1966-1976) sob os olhos dos onipresentes retratos do Grande Timoneiro.

De 30 milhões a 70 milhões morreram entre 1949 e 1967, anos em que Mao Tsé-tung (1893-1976) governou a China. Em 1958, decidiu que o país produziria mais aço que o Reino Unido. Forçou a coletivização do campo, fez obras de infraestrutura sem engenheiros qualificados (intelectuais eram pragas burguesas) e derrubou florestas para alimentar fornos de fundo de quintal que produziriam aço de baixa qualidade com mão-de-obra desviada da agricultura. Foi seu “Grande Salto Adiante” (1958-1961) – fórmula que resultou em declínio na produção agrícola, fome em massa e dezenas de milhões de mortos.

Para reafirmar sua autoridade, Mao lançou 5 anos depois a sua Revolução Cultural. Mandou intelectuais plantar repolho, destruiu parte da herança cultural chinesa e instaurou o culto absoluto a sua personalidade. Teria sido ele um psicopata?

Não.

Nem toda maldade extrema é cometida por psicopatas. Transtornos da personalidade ocorrem numa pessoa quando ela, embora tenha a mente sã, não vive de uma forma completamente normal, e isso faz com que ela ou aqueles à sua volta sofram. O transtorno da personalidade antissocial, associado à psicopatia, é apenas um de uma lista de transtornos classificados pela Associação Americana de Psiquiatria (APA, da sigla em inglês) – e um tipo patológico demais para a análise de líderes políticos, segundo Aubrey Immelman, especialista em perfil psicológico de políticos, da Universidade Saint John, EUA.

Que transtorno teria então levado Mao a fazer tantas pessoas sofrer sob seu regime? Segundo Michael M. Sheng, professor de história da Universidade do Estado de Missouri, Mao foi provavelmente um caso histórico de líder com o transtorno da personalidade narcisista.

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Eu sou o bom

O narcisista se acha o mais importante do mundo – superbem-sucedido, superinteligente e superbonito, mesmo que não seja tudo isso. Ele só se compara aos famosos e acha que só presta o que for do bom e do melhor.

Como precisa da admiração alheia, rodeia-se de puxa-sacos e fica furioso se não for adulado. Para esconder suas imperfeições, procura evitar estabelecer intimidade com os outros. De tão absorto em sua própria grandiosidade, por vezes acaba não sentindo empatia com o sofrimento alheio – uma característica que compartilha com o verdadeiro psicopata.

Um chefe narcisista, por exemplo, sobrecarrega seus subalternos de trabalho mesmo que não seja inevitável, e não se penaliza se, com isso, os coitados perdem o aniversário da filha ou o casamento do melhor amigo.

E a coisa fica feia mesmo quando o narcisismo patológico descamba para líderes políticos. “Líderes com esse perfil não têm empatia nem se comovem com o sofrimento humano. Isso lhes permite cometer atrocidades contra seu próprio povo com a mesma prontidão com que brutaliza seus inimigos”, diz Immelman. Segundo ele, exemplos recentes são o ditador iraquiano Saddam Hussein e o norte-coreano Kim Jong-Il.

No caso de Mao, o líder desenvolveu uma série de mecanismos de defesa para esconder o fato de que não era tanto quanto se achava: a intolerância, a necessidade de bajulação, a negação de seus erros, a busca de fantasias grandiosas, segundo Sheng. O resultado: ele superestimou sua força e a de seu partido, o que tornou suas políticas radicais e irrealistas. Seu narcisismo invadiu até a mesa. “Mao não tolerava que ninguém discordasse dele. Uma vez, sua mulher, Jian Qing, ordenou que fosse servido um prato saudável em vez do ensopado de porco que comia duas vezes por semana. Ficou tão contrariado que pelo resto da vida se recusou a comer a mesma coisa que a esposa”, escreve Sheng.

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Freio ético

Apesar de pontos em comum com o psicopata, como viver em torno de seus próprios interesses, há diferenças essenciais entre os dois transtornos. O psicopata não tem freio ético porque não conseguiu interiorizar a lei. “Enquanto isso, o narcisista tem esse freio, mas, por muitas vezes e em diversas situações, não consegue utilizá-lo por excesso de ‘amor-próprio’, que não é exatamente amor”, diz o psiquiatra forense Elias Abdalla Filho, da Universidade de Brasília.

“Na história recente, tivemos notícias de um político que chegou até mesmo a mandar serrar algum (ou alguns) de seus funcionários. Um narcisista não daria conta disso”, diz Abdalla. Ou seja, o narcisista não tem consideração pelo outro somente até um certo ponto. “Se você colocá-lo diante de uma pessoa em aflição e se a ajuda que ele puder oferecer não afetar seu brilho, vai se sensibilizar com a dor do outro – o que não tem como acontecer com o antissocial.”

Todos contra um

Josef Stálin foi outro líder que causou a morte em massa. Mas, para a cientista política Rose McDermott, seu histórico de expurgos políticos apontam para outro transtorno da personalidade: o paranoide.

O paranoide, segundo a APA, é um cara que desconfia profundamente dos outros. Acha que pessoas o exploram, prejudicam ou enganam, mesmo que não haja nenhuma evidência disso. Se um colega fizer uma piadinha ingênua, o paranoico já acha que foi um ataque sério contra seu caráter; e elogios lhe parecem críticas veladas. Intimidades são proibidas – ele pensa que esse tipo de abertura poderá depois ser usada contra ele. Por esses motivos, parecem hostis, frios, críticos, sarcásticos, incapazes de colaborar. E, como ele guarda um enorme rancor das pessoas, qualquer deslize pode desencadear reações furiosas.

“Líderes políticos paranoides não confiam sequer nas pessoas que o apoiam e comumente realizam massacres de grande escala para eliminar inimigos, reais ou imaginários”, escreveu McDermott no artigo Political Psychology in International Relations (“Psicologia Política nas Relações Internacionais”). Além de em 10 anos fuzilar 93 dos 139 eleitos ao Comitê Central soviético em 1924, executou um terço dos 3 milhões de membros do Partido Comunista.

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A máquina do mal

E Hitler? Ele já foi chamado de tudo. Michael Fitzgerald, professor de psiquiatria do Trinity College, na Irlanda, afirma que provavelmente ele tinha a síndrome de Asperger – um tipo de autismo caracterizado pela fixação em alguns poucos interesses extremamente específicos, dificuldade em relacionamentos e dificuldade de comunicação, presente também em Einstein e Newton. Já o historiador da medicina Fritz Redlich escreveu que o führer era paranoide, narcisista, ansioso, depressivo, hipocondríaco – só para começar a lista. Para piorar, os legistas soviéticos que fizeram a autópsia de Hitler disseram que ele tinha um só testículo.

O fato é que não há certezas sobre sua personalidade. E sobre os milhões que se tornaram engrenagens de seu regime? De bons cidadãos viraram de repente transtornados perigosos?

Não para psicólogos sociais como Philip Zimbardo, da Universidade Stanford. Para ele, viver num sistema maligno leva pessoas boas a agir de uma forma má. Basta seguir uma fórmula para chegar à obediência absoluta a uma autoridade má.

Primeiro, faça um contrato formal ou informal que obrigue à obediência. Nele, atribua papéis bem definidos, como “guarda” ou “maquinista”, que façam a pessoa acreditar que apenas cumpre seu trabalho, e não se veja como responsável por um mal maior. As regras desses papéis devem parecer razoáveis, mas vagas o suficiente para ser distorcidas.

É então a hora de criar uma novilíngua: transforme expressões negativas como “reprimir” por “manter a ordem social”. Depois, crie um bode expiatório – um inimigo comum responsável por todos os males.

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A ação deve começar com passos aparentemente inofensivos, mas que aos poucos vão se agravando. E a figura da autoridade, apesar dos atos maus que ordena, deve também trazer uma aura de justiça – a de mensageiro de um fim desejável que justifique os meios indesejáveis. Para completar, deve ser caro demais mudar de time. Está pronta a receita do mal.

Fora da realidade

E o que acontece quando uma pessoa não tem apenas a personalidade transtornada, mas possui a mente prejudicada, in­capaz de diferenciar a sua imaginação da realidade?

Em busca do suspeito pelo desaparecimento de Bernice Worden, 50, a polícia do Estado de Wisconsin, EUA, entrou no dia 17 de novembro de 1950 nos escombros da casa de Ed Gein. Esquivando-se do lixo em decomposição que forrava o chão, foi recebida na cozinha pelo cadáver de Worden, pendurado de ponta-cabeça, decapitado e aberto no abdômen, sem as vísceras. Em seguida, encontrou crânios usados como tigela de sopa e objetos feitos com pele humana delicadamente costurada: um abajur, máscaras, a capa de uma poltrona e um terno.

Preso, Ed foi diagnosticado com esquizofrenia crônica. Não era um homem sem consciência, e sim um desorientado, alucinado, desconectado da realidade. Foi internado num hospital para pessoas criminalmente insanas, onde viveu feliz fazendo artesanato, sem precisar de tranquilizantes.

Sem pé nem cabeça

O caso de Gein fertilizou o imaginário popular em torno da esquizofrenia – caracterizada por delírios, alucinações, distorções na comunicação e um comportamento desorganizado. Inspirada nele, Hollywood criou uma série de personagens macabros, como Norman Bates, de Psicose, o Leatherface, de O Massacre da Serra Elétrica, e Buffalo Bill, um cara que matava mulheres gordas para depois se vestir com suas peles em O Silêncio dos Inocentes.

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Seriam os pacientes com esquizofrenia perigosos como psicopatas? Não. Segundo Abdalla, eles “não têm a condição de planejar o homicídio como um psicopata, e homicídio em série é mais difícil ainda”. Por isso, quando cometem crimes, são feitos bizarros, desprovidos de sentido – como um homem que matou a mãe quebrando sua cabeça no chão para encontrar os pensamentos dela.

A maioria dos pacientes com esquizofrenia é de pessoas passivas, apáticas, desinteressadas e, sobretudo, sem vontade, diz Helio Elkis, coordenador do Programa de Esquizofrenia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. “São os ‘sintomas negativos’, expressão de um déficit do neurotransmissor dopamina nas re­giões frontais do cérebro.”

No entanto, quando tem um episódio psicótico, esse nível de dopamina aumenta, e o paciente pode tornar-se violento – e o pior, com ideias persecutórias, grandiosas ou místicas.

Isso só não basta para que cometa crimes. Segundo um estudo britânico recente, a fração da população de pacientes com esquizofrenia que pratica crimes violentos é exatamente a que usa drogas ilícitas. De 8 mil pacientes com esquizofrenia analisados, 13,2% já cometeram algum crime violento (contra 5,3% da população em geral). Só que, dividindo esse grupo segundo o consumo de drogas, o número subiu para 27,6% para os usuários, contra 8,5% entre os não usuários.

Ou seja, diferentemente da psicopatia, o perigo da esquizofrenia está mais nas drogas – ou em Hollywood – que na cabeça do paciente.

 

 

O grandioso
TRANSTORNO DA PERNALIDADE NARCISISTA

Menos de 1% da população (EUA)• Acha-se a última bolacha do pacote.• Vive em fantasias de sucesso, poder, inteligência e beleza ilimitados.• Para ele só serve o que for o melhor.• Precisa sempre de um puxa-saco para manter sua autoestima lá em cima.• Tira vantagem dos outros para se manter na crista da onda.• Reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos alheios.• É invejoso e se acha alvo de inveja alheia.

NARCISISTA VS. PSICOPATA
Embora insensível, superficial, explorador e sem empatia assim como o psicopata, o narcisista não é necessariamente impulsivo, agressivo e enganador. Por outro lado, o psicopata não precisa da admiração alheia, e o narcisista em geral não têm transtorno de conduta na infância (veja página 30) nem comportamento criminoso quando adulto.

MAO TSÉ-TUNG
Seu culto era lei. Suas ordens, inquestionáveis. Mas, incapaz de ver os limites da força dele e de seu partido, o Grande Timoneiro insistiu em políticas radicais e irrealistas: no seu “Grande Salto Adiante” (tentativa de fazer a China crescer 50 anos em 5), lançado em 1958, levou à morte de entre 20 milhões e 43 milhões de pessoas por fome.

 

 

O quão má é a maldade?
O grau de ruindade com que se mata faz toda a diferença ao julgar um crime. Para padronizar esse grau, o psiquiatra Michael Stone, da Universidade de Colúmbia, EUA, criou a Escala da Crueldade.

Reportagem fotográfica

 

 

O desconfiado
TRANSTORNO DA PERNALIDADE PARANOIDE

De 0,5 a 2,5% da população (EUA)
• Suspeita que todos o exploram, o maltratam ou conspiram contra ele.
• Duvida sem motivo da lealdade de amigos, colegas ou companheiro.
• Não compartilha intimidades, por temer que informações sejam usadas contra ele.
• Vê significados ocultos ameaçadores ou humilhantes em qualquer coisa.
• Guarda rancores persistentes e é implacável com insultos ou deslizes.
• Percebe ataques a seu caráter que os outros não veem e reage com raiva.

PARANOIDE VS. PSICOPATA
Embora o comportamento antissocial possa estar presente em alguns paranoides, geralmente não é motivado pelo desejo de obter vantagens pessoais ou explorar os outros como nos psicopatas, porém se deve, mais frequentemente, ao desejo de vingança.

JOSEF STÁLIN
A paranoia do secretário-geral da ex-URSS ajudou-o a subir ao topo da estrutura política soviética. Para evitar golpes e dissidência, realizou expurgos. Executou 93 dos 139 membros do Comitê Central, 81 dos 103 generais e almirantes das Forças Armadas, e um terço dos 3 milhões de membros do Partido Comunista. Da população em geral, 20 milhões foram mandados ao trabalho forçado.

 

 

 

O estranho
ESQUIZOFRENIA

1% da população (EUA)
• Tem uma visão distorcida da realidade, por exemplo, com delírios persecutórios.
• Alucinações podem atingir os 5 sentidos, mas a mais comum é a auditiva, com vozes ameaçadoras, acusadoras ou insultantes.
• Sua fala e seu comportamento são desorganizados ou incoerentes.
• O afeto e os ânimos são esvaziados.

ESQUIZOFRÊNICO VS. PSICOPATA
Comportamento violento é comum em alguns pacientes com esquizofrenia não tratados. No entanto, a esquizofrenia afeta exatamente o raciocínio lógico, que permanece intacto na psicopatia. Por isso, o esquizofrênico não tem a mesma condição de planejar um homicídio. Quando mata, o crime é bizarro. Mais comum que matar os outros é a tentativa de se matar – ocorre em 20 a 50%.

UNABOMBER
Theodore Kaczynski era um matemático genial. Chegou a dar aula em Berkeley aos 25 anos, mas decidiu virar um eremita. Iniciou uma cruzada pelo fim das bases econômicas e tecnológicas da sociedade industrial. Entre 1978 e 1995 enviou 16 bombas a pesquisadores universitários e empresas aéreas, matando 3 e ferindo 23.

 

 

Engrenagem nazista
Eichmann não sentiu remorso por levar milhões à morte, mas não era psicopata

Quando os juízes perguntaram em maio de 1960 ao homem calvo, de óculos grossos e olhar calmo, se sentia culpa pela morte de milhões de judeus durante o Holocausto, Otto Adolf Eichmann pensou um pouco. E disse que não. Funcionário de Hitler, era o responsável pelos trens que conduziam as vítimas até os campos de concentração.

Ajudar em milhões de mortes e não sentir nada é indício de psicopatia, certo? Não. Essa questão estava errada, escreveu a filósofa Hannah Arendt, em Eichmann em Jerusalém. Ele não era doente, apenas um funcionário-padrão. No fim, agiu “certo” e para o “bem” de um sistema, esse, sim, essencialmente criminoso. Como seria possível condenar Eichmann, e não a nação inteira, que considerava certo matar judeus?

Esperava-se encontrar em Eichmann uma aberração psiquiátrica. Mas meia dúzia de psiquiatras atestou a sua “normalidade”. Ele seria “ao menos mais normal do que fiquei depois de examiná-lo”, teria dito um dos médicos. Seu comportamento com a mulher, os filhos, a família e os amigos era “não apenas normal mas inteiramente desejável”.

Eichmann não se achava um monstro. Apenas cumpria ordens. “Só ficava com a consciência pesada quando não fazia aquilo que lhe ordenavam – embarcar milhões de homens, mulheres e crianças para a morte, com grande aplicação e o mais meticuloso cuidado”, escreveu Arendt. Eichmann sabia o que fazia e o fez bem. Daí sua frase que chocou o mundo: “Arrependimento é para criancinhas”.

Seu caso não era o de um antissemita. “Por trás da comédia dos peritos da alma estava o duro fato de que não se tratava, evidentemente, de um caso de sanidade moral e muito menos de sanidade legal.” Eichmann não era psicopata, mas um homem comum. “Esse novo tipo de criminoso comete seus crimes sob circunstâncias que tornam impossível para ele saber ou sentir que está fazendo algo errado”, escreveu Arendt. É o que ela batizou de “banalidade do mal”.

Otto Adolf Eichmann foi enforcado no dia 31 de maio de 1962.

 

 

 

 

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