Algas invadem as catacumbas de Roma e podem destruí-las
As catacumbas de Roma estão sendo invadidas por algas que estão destruindo as milenares pinturas por causa de focos de luzes para orientar os turistas.
Os afrescos das catacumbas de Roma correm o risco de virar pó. A causa é das mais estranhas: a disseminação de algas. “São colônias de cianofíceas e clorofíceas, algas azuis e verdes, que se multiplicam pelas paredes dos subterrâneos e descolam as superfícies onde estão as obras de arte”, conta o botânico eslovaco Lubomir Kovacik, da Academia de Ciências de Trebon, na Tcheco-Eslováquia. As catacumbas são, por natureza, um ambiente favorável às algas, pela alta umidade do ar – cerca de 98% – e temperatura constante em tomo de 18°C. O que as livrou durante séculos da praga foi a ausência de luz. “A instalação de lâmpadas, para facilitar o acesso de turistas, acabou criando essa nova situação”, explica Kovacik. Recém-chegado da Antártida, onde estudou algas de geleiras com uma equipe brasileira, em junho Kovacik e a bióloga italiana Patrícia Albertano, da Universidade de Roma II, começam a estudar as espécies dos subterrâneos romanos, para descobrir como evitar que destruam o patrimônio cultural.