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Brasil despenca no ranking mundial da corrupção

Ao lado do Lesoto, país é o que mais caiu no índice calculado pela Transparência Internacional.

Por Denis Russo Burgierman
Atualizado em 11 mar 2024, 08h43 - Publicado em 27 jan 2016, 12h15

O Brasil perdeu 5 pontos no Índice de Percepção de Corrupção, calculado pela Transparência Internacional, e assim despencou no chamado “ranking da corrupção”, ficando para trás de países como a Jamaica, o Panamá e El Salvador. Foi, ao lado do Lesoto, o país que mais perdeu pontos no índice desde o ano passado – de 43 para 38, numa escala que vai de 0 a 100. Com a queda, o Brasil agora ocupa a 76º colocação entre 168 países (quanto mais baixo, pior), empatado com Burkina Faso, Índia e Zâmbia.

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O índice da TI mede “percepção de corrupção”, já que é impossível medir corrupção objetivamente – não há dados públicos sobre quanto dinheiro se rouba por mês em cada lugar. Para contornar essa dificuldade, a organização todos os anos se baseia numa grande quantidade de dados fornecidos por 12 instituições internacionais, como o Banco Mundial. Milhares de acadêmicos, diplomatas, jornalistas internacionais e homens de negócio são entrevistados sobre o quanto eles perecebem corrupção no setor público de seu país.

O Brasil apareceu com destaque no relatório que a TI divulgou no dia 27 de janeiro, que menciona o grande escândalo da Petrobras como a maior causa da piora nos índices. “Enquanto a economia desmorona, dezenas de milhares de brasileiros perdem seus empregos. Não foram eles que tomaram as decisões que levaram ao escândalo,  mas terão que viver com as consequências”, diz a organização.

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Como se trata de um índice de “percepção”, é natural que ele piore em momentos de pessimismo. Mas a marca de 38 pontos ficou abaixo das expectativas – o Brasil nunca teve menos do que 42 pontos desde que os atuais critérios foram adotados, em 2012.

O índice da TI costuma ser criticado por comparar algo muito subjetivo, que são “percepções” – se um país é percebido como mais corrupto que outro, isso não significa que ele efetivamente seja. Mas, como a organização usa os mesmos dados atualizados ano após ano, as variações nas notas de cada país geralmente significam algo real.

Um dado interessante sobre o índice é que ele não respeita barreiras ideológicas – há países de estado grande e pequeno tanto na parte baixa quanto na alta do ranking. Ideologia ou presença do Estado na economia não parece ter nenhuma relação direta com a corrupção. Os fatores que tornam um país mais ou menos corruptos são outros, como aliás a SUPER discutiu recentemente nesta reportagem.

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O que não mudou neste novo ranking foram suas pontas: a Dinamarca continua em primeiro como país mais limpo (com 91 pontos), enquanto Somália e Coreia de Norte dividem a última posição (8 pontos). O Brasil, portanto, está agora a 53 pontos do líder, mas a só 30 dos lanterninhas.

Veja o ranking:

1. Dinamarca (91 pontos)
2. Finlândia (90 pontos)
3. Suécia (89 pontos)
4. Nova Zelândia (88 pontos)
5. Holanda (87 pontos)
    Noruega (87 pontos)
7. Suíça (86 pontos)
8. Cingapura (85 pontos)
9. Canadá (83 pontos)
10. Alemanha (81 pontos)
      Luxemburgo (81 pontos)
      Reino Unido (81 pontos)
……………………
76. Bósnia-Herzegovina (38 pontos)
      Brasil (38 pontos)
      Burkina Faso (38 pontos)
      Índia (38 pontos)
      Tailândia (38 pontos)
      Tunísia (38 pontos)
      Zâmbia (38 pontos)
……………………
158. Haiti (17 pontos)
        Guiné-Bissau (17 pontos)
        Venezuela (17 pontos)
161. Iraque (16 pontos)
        Líbia (16 pontos)
163. Angola (15 pontos)
        Sudão do Sul (15 pontos)
165. Sudão (12 pontos)
166. Afeganistão (11 pontos)
167. Coreia do Norte (8 pontos)
        Somália (8 pontos)

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Veja o ranking completo.

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Corrupção compensa – e dá lucro de 1.000%.

 

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