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Cães provavelmente não nos entendem tanto como achamos, diz estudo

Apesar de possuírem audição aguçada, os cachorros têm dificuldade em diferenciar sons parecidos - e por isso aprendem a reagir a poucas palavras

Por Bruno Carbinatto
9 dez 2020, 18h49

Quem tem um cachorro de estimação sabe o que é criar um vínculo de amizade com esses adoráveis animais. Os melhores amigos dos homens por milênios possuem habilidades de reconhecimento social e comunicação incríveis, baseadas em uma mistura de cheiros, linguagem corporal, tom de voz, etc. Por isso, nós tendemos a acreditar que nossos pets entendem as coisas que falamos, o que é verdade até um certo ponto. Mas os cachorros não são bons entendedores de palavras faladas.

Cães possuem uma audição avançada e têm a capacidade de distinguir sons distintos emitidos por humanos. É essa habilidade que permite que muitos sejam treinados para sentar quando ouvem o comando “senta”, por exemplo, além de várias outras ações. Isso pode criar a ideia errada de que eles entendem muito do que falamos assim como nós entendemos uns aos outros, mas não é bem assim.

Em um novo estudo, pesquisadores da Hungria descobriram que a capacidade dos cães de reconhecer palavras é mais limitada do que imaginávamos anteriormente, especialmente quando os sons se parecem. Para chegar a essa conclusão, os cientistas usaram máquinas de eletroencefalografia, que medem a atividade cerebral de humanos (e, nesse caso, cães) ao colocar eletrodos em suas cabeças (o método não é invasivo e não causa dor). Os cães escolhidos foram animais de estimação comuns, sem treinamento especial, e estavam acompanhados de seus donos para mantê-los tranquilos.

No estudo, os pesquisadores mediam a atividade cerebral dos bichos ao ouvir diferentes palavras. Algumas eram parecidas, como, por exemplo, “sit”, (sentar em inglês) e “sut”, uma palavra sem significado, mas de sonoridade parecida com a real. Além disso, os cães também ouviam sons sem nenhum sentido e diferentes das palavras anteriormente faladas, como por exemplo “bep”.

Os resultados mostraram algo esperado: quando os sons eram totalmente distintos (no caso de “sit” e “bep”, por exemplo), a atividade cerebral dos cães era marcadamente diferente. Isso é normal porque sabemos que os cães possuem uma audição aguçada, capaz de separar sons tão diferentes entre si. Porém, quando as palavras eram parecidas (“sit” e “sut”), a atividade do cérebro dos bichos era praticamente a mesma. Isso indica que os cães não têm uma capacidade crucial para entender o discurso falado: diferenciar sons parecidos e entender suas sutis distinções, que no fim acabam tendo uma mudança radical de significado.

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Segundo a equipe, essa característica é parecida com a observada em bebês humanos que estão aprendendo as primeiras palavras. Diferenciar sons parecidos é uma dificuldade para eles, assim como é para os cães. Essa capacidade só é adquirida nos humanos após um ano e meio de idade, mais ou menos, enquanto os cães nunca desenvolvem a habilidade por completo. É por isso que, apesar de terem uma audição avançada e estarem cercados de sons humanos a todos os momentos, os cães geralmente aprendem a responder para poucas palavras específicas, dizem os autores.

A equipe também diz que a explicação do porquê isso acontece nos cães pode ser parecida com a dos bebês humanos. Tanto cachorros como crianças já nascem com o aparelho auditivo e com o cérebro preparados para diferenciar sons parecidos, mas mesmo assim não o fazem. Falta atenção ao que está sendo ouvido, e o processamento do som acaba sendo prejudicado.

O que diferencia os humanos dos cães é a capacidade de prestar atenção em todos os sons que formam uma palavra. Se os pets tivessem essa habilidade, provavelmente conseguiriam entender muito mais do que seus próprios nomes e comandos como “sentar”, “correr” e “brincar”.

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