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Chimpanzés reconhecem bundas como humanos vêem rostos

Nosso cérebro se desenvolveu para processar imagens faciais cheias de detalhes. Com esse mesmo mecanismo, chimpanzés diferenciam os traseiros uns dos outros

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
5 dez 2016, 16h07

Um único olhar para o rosto de uma pessoa é o gatilho para uma série de processos cerebrais diferentes. Somos ótimos reconhecedores de rostos, mas nosso cérebro é exigente: para conseguir diferenciar um rosto específico na multidão, ele precisa de uma visão “holística” de todos os aspectos faciais, das sobrancelhas às maçãs do rosto e como esses elementos se relacionam entre si. 

O que um grupo de pesquisadores da Universidade Leiden, na Holanda, conseguiu demonstrar pela primeira vez é que o mesmo mecanismo usado para registrar o rosto de alguém é utilizado por chimpanzés para reconhecer bundas.

Eles descobriram isso testando o “efeito de inversão”. Em uma pesquisa anterior, cientistas mostraram uma série de rostos para seres humanos. Depois, mostraram fotos de objetos. Por último, viraram todas as imagens de cabeça para baixo. Os cientistas notaram que é fácil para um ser humano diferenciar, por exemplo, duas garrafas viradas de cabeça para baixo. Já com fotos de dois rostos humanos, não é tão simples. Quando perdemos a tal da visão holística, nossa capacidade de reconhecer semblantes diferentes piora.

No estudo atual, os pesquisadores resolveram testar se esse efeito se aplica para bundas. Para isso, reuniram 100 humanos e 5 chimpanzés. Mostraram para eles fotos de rostos e traseiros de homens e macacos. Para os humanos, bundas eram como qualquer outro objeto – o efeito de inversão não aparecia.

Os chimpanzés, porém, reagiam às nádegas exatamente da mesma forma que os humanos fizeram com os rostos nos antigos estudos. Os macacos eram ótimos diferenciadores quando as fotos estavam na posição certa e ficavam muito mais confusos quando as imagens eram colocadas ao contrário.

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Para os cientistas, a presença do efeito de inversão é um sinal de que o cérebro humano enxerga rostos com o mesmo mecanismo que os chimpanzés processam nádegas. O motivo seria evolutivo: a observação atenta de um rosto revela emoções e intenções do humano à sua frente, o que é essencial para que a gente consiga se reproduzir – é só pensar o quanto as expressões faciais acabam influenciando nos nossos relacionamentos.

Já nos chimpanzés, a bunda tem uma função parecida: quando uma fêmea está em período fértil, sua área traseira incha e fica avermelhada, sinalizando para os machos que é hora da reprodução. Por causa disso, os melhores observadores de nádegas teriam tido maior sucesso reprodutivo e se perpetuado mais dentro da espécie.

A teoria dos pesquisadores é que esse negócio de processamento super-detalhado de traseiros teria começado com um ancestral comum dos primatas. No caso da evolução humana, porém, a importância socio-sexual teria pouco a pouco se deslocado das nádegas para o rosto – mas o cérebro continua usando o mesmo mecanismo para tentar encontrar sinais de que vai rolar um amorzinho.

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