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Cidades grandes: Elas têm jeito, sim

Com criatividade e emplenho coletivo, metrópoles de vários países conseguem reverter a crise

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 30 set 1987, 22h00

Spensy Pimentel

Diante do cenário apocalíptico de algumas das maiores megalópoles do planeta, muita gente chega à conclusão de que, talvez, o melhor para a humanidade seria regressar à pacata vidinha rural dos nossos ancestrais. Mas exemplos no mundo inteiro indicam que é possível encontrar soluções simples para grandes mazelas urbanas, como o crime, os congestionamentos e a sujeira. Programas de reciclagem do lixo, como os que já existem em Porto Alegre ou Manila, nas Filipinas, geram renda para a população carente ao mesmo tempo que previnem a degradação ambiental. A reforma de centros históricos – como a realizada no Pelourinho, a parte mais antiga de Salvador – atrai o turismo e melhora a qualidade de vida da população. Em Portland, capital do Estado americano do Oregon, a saída foi demolir as vias elevadas que rasgavam o centro da cidade. A região se revitalizou rapidamente, revertendo o processo de deterioração.

No combate à criminalidade, a estratégia adotada em Nova York pelo prefeito Rudolph Giuliani se tornou uma referência mundial. Desde que ele assumiu o cargo, em 1994, o número de homicídios baixou em 74% e a cidade abandonou a lista das 150 mais violentas dos Estados Unidos, depois de ocupar o primeiro lugar nas décadas de 70 e 80. A novidade é a chamada “tolerância zero” – a idéia de que, para reduzir os crimes pesados, é necessário punir com rigor até mesmo os pequenos delitos.

A busca de alternativas para os grandes problemas urbanos foi o tema da Habitat II, Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos, realizada em Istambul, na Turquia, em 1996. Os participantes da reunião foram unânimes ao sublinhar o papel dos prefeitos e da comunidade, o chamado “poder local”, na busca de soluções. “Não há panacéias”, destaca o documento principal da conferência. “O importante é obter o máximo das possibilidades de cada cidade.”

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Entrevista

“As metrópoles serão centros de serviços”

Ex-secretário municipal e estadual de Planejamento em São Paulo, o arquiteto Jorge Wilheim fala sobre o futuro das cidades.

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SUPER – Como serão as cidades no século XXI?

Jorge Wilheim – O mundo continuará se urbanizando muito depressa. Mas a lista das maiores cidades, antes encabeçada por metrópoles desenvolvidas, como Nova York ou Tóquio, terá no topo cidades do Terceiro Mundo, que não têm infra-estrutura para grandes populações. O desemprego e a deterioração das condições de vida podem gerar um forte aumento da violência.

É possível enfrentar os problemas urbanos sem melhorias na área social?

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É natural que um habitante de uma metrópole dê prioridade de a temas como o trânsito. Mas o desemprego e o analfabetismo também afetam a cidade. Sem instrução, o trabalhador não acha lugar no mercado de trabalho e acaba marginalizado. As indústrias estão abandonando as grandes metrópoles, que se tornam centros de serviços. É o que aconteceu com Londres, Paris e Nova York.

Os brasileiros continuarão a migrar para as cidades?

Sim. A todo momento surgem cidades novas no interior, porque o Brasil ainda não ocupou economicamente a totalidade do seu território. Antes, toda a rede urbana se articulava em torno do eixo Rio-São Paulo. Hoje há um grande número de cidades médias, de 300 000 a 500 000 habitantes, com um padrão de vida tão bom que conseguem até atrair moradores das grandes metrópoles.

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Há quem diga que, com as novas tecnologias de comunicação, deixará de ser vantajoso morar na cidade.

O aumento dos recursos de comunicação, como a Internet, não gera o isolamento. Ao contrário, faz com que a vida social se intensifique, porque as pessoas ficam com mais vontade de se encontrar. A cidade é o lugar ideal para o convívio.

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