Engenheiros ingleses já se preparam para construir o avião supersônico de passageiros que irá substituir o oneroso e pouco usado Concorde, até o final do século. O novo projeto deverá evitar ao menos um dos problemas que afligiam o desenho original – o barulho dos reatores durante o vôo subsônico. Quase todos os jatos comerciais da atualidade possuem um sistema chamado turbofan, que permite o fluxo menos ruidoso do ar. Mas os supersônicos têm necessidade de reatores de jato puro, direto. Por esse motivo, são mais barulhentos. “Voar a velocidades supersônicas requer o uso de jatos puros, o que é indesejável em baixa altitude; assim temos de pensar num motor que se comporte como um turbofan rente ao solo”, diz o engenheiro David Marshall, da Rolls-Royce inglesa. Para ser economicamente viável, o novo aparelho deve ser capaz de transportar no mínimo duzentos passageiros – o dobro do número atual – e ter uma autonomia capaz de levá-lo num longo vôo sem escalas através do oceano Pacífico, ou seja, cerca de 16 mil quilômetros.