Como funciona o esquema dos guarda-chuvas dos camelôs
Parece lei municipal: caem os primeiros pingos e já surgem camelôs vendendo guarda-chuvas - hora, local e produto certos. Ambulante prevenido dispensa previsão do tempo: tem sempre um estoque nos arredores
1. Loja
No comércio popular, os camelôs compram por mês umas 3 caixas de 20 guarda-chuvas, por cerca de R$ 70 cada. Está feito o estoque para dias de chuva.
2. Esconderijo
Os ambulantes deixam os guarda-chuvas a, no máximo, 300 metros do seu ponto. Esconderijos típicos: banca de revista, estacionamento, boteco. Alguns locais cobram pelo serviço (uns R$ 10 por semana), mas pratica-se a camaradagem: um exemplo clássico é o camelô que, por ser cliente de um bar, pode deixar sua mercadoria lá.
3. Banquinha
Aos primeiros pingos, o camelô recolhe sua banca e corre para o esconderijo. Lá, ele deixa suas mercadorias-padrão, pega os guarda-chuvas e parte para lucrar com o mau tempo.
4. Ponto estratégico
Rumo aos desprevenidos, que se concentram nas saídas de metrô, faculdades e shoppings. Na chuva forte, a mercadoria de R$ 3,50 pode sair por até R$ 10 – são quase 200% de lucro.