Texto Paula Desgualdo
De acordo com a posição do Sol. O que, aliás, não era novidade. Desde a Antiguidade o Sol é usado como referência para o cálculo do tempo. Os egípcios já sabiam: quando ele estava a pino, era sinal de que o dia havia chegado à metade. A técnica não é das mais precisas, mas resolvia relativamente bem a questão.
Até o século 19, cada lugar acertava os relógios seguindo padrões próprios. Os horários em Portugal eram determinados a partir da passagem do Sol pelo Observatório Nacional de Lisboa, os da França usavam o Observatório de Paris, e assim por diante. Esse olhômetro gerava situações bizarras: era comum relógios de cidades próximas dentro do mesmo país registrarem horários distintos. Isso se tornou um problema com a popularização das estradas de ferro – imagine atravessar um grande território considerando essas mudanças aleatórias de horário entre as cidades.
Em 1884, 41 delegados de 25 países participaram de uma conferência na cidade de Washington e, só então, decidiram que o meridiano de Greenwich, na Inglaterra, seria o ponto de referência para o cálculo das longitudes. O resto da história você aprendeu nas aulas de geografia: dividiram a Terra em 24 gomos de 15 graus. Cada um deles representa uma hora de diferença em relação a Greenwich. “O Brasil só aderiu de fato ao padrão em 1913”, conta Fadel David Antônio Filho, geógrafo da Unesp de Rio Claro. Até então, Recife comemorava o ano novo 33 minutos antes de São Paulo e 1 hora e 5 minutos depois de Porto Alegre.