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Confira a entrevista com o ativista da causa albina Roberto Bíscaro

Albinos não têm pigmentos de cor na pele, sofrem com a luz solar e podem ter problemas de visão. Roberto Bíscaro, que se classifica como relações públicas do albinismo, quer chamar a atenção para sua condição e ajudar a derrubar preconceitos

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h46 - Publicado em 28 abr 2013, 22h00

Carol Castro

Você é contra a classificação do albinismo como doença, certo? Por quê?
Na classificação internacional, o albinismo é doença. Mas, para mim, não. É, na verdade, um fator genético que pode levar a algumas doenças, se não for cuidado. Pode virar câncer de pele, por exemplo. Falo isso para tirar um pouco do estigma, não gosto dessa postura de vítima. Houve um tempo em que a Organização Mundial da Saúde tratava os homossexuais como doentes. A autoridade científica também erra.

Quais os maiores desafios para um albino?
Preconceito e falta de acessibilidade. É difícil, por exemplo, enxergar os letreiros luminosos de ônibus em São Paulo. E também falta muita informação sobre o albinismo, mesmo dentro da área médica. Pode parecer incrível, mas alguns médicos confundem com vitiligo. Uma vez, um dermatologista me perguntou desde quando eu era albino – ele não sabia que se nasce albino.

Mas já existe algum programa do governo para ajudá-los?
Em São Paulo tem o programa Pró-albino, ainda em fase beta. Uma equipe de oftalmologistas e dermatologistas especiali-zados atende gratuitamente os albinos na Santa Casa. Se o programa der certo, a ideia é espalhar pelo Brasil. Deveríamos ter protetor solar de graça também. Como é um medicamento para nós, deveria fazer parte de um programa de saúde pública. Precisamos de médicos que realmente entendam nossas necessidades. Por exemplo, como não podemos tomar sol, sofremos com falta de vitamina D. Eu tomo suplemento, mas só sei disso porque procurei um endocrinologista particular.

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Por que tantos albinos têm dificuldade em encontrar emprego?
Boa parte é por preconceito. Conheço muitos com autoestima danificada, as pessoas são tímidas e retraídas, sentem medo de falar. Além disso, o albinismo é muito comum entre afrodescendentes. Eu sou italiano, mas é muito comum entre negros. É por isso que existem tantos albinos no Nordeste [região com mais negros no País]. Então é uma soma de fatores: autoestima, o preconceito, que gera problema de inserção no mercado, e a origem socioeconômica. Aí vira uma bola de neve.

Quais cuidados você toma para evitar doenças?
Eu passo protetor solar três ou quatro vezes por dia, e uso fator acima de 50. Tomo suplemento de vitamina D. E ainda uso uma roupa de uma marca especial, na qual o próprio tecido protege da radiação UVA e UVB. Mas custa caro, uma camisa é R$ 200. Quando está muito sol, saio também com um guarda-sol.

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