A pequena cidade de Snowmass, no Estado americano do Colorado, receberá este mês uma espécie de visitantes muito diferente dos estivadores que costumam freqüentá-la. Cientistas do mundo inteiro se reunirão ali para fazer um balanço da questão do ozônio – a ameaça à camada do gás que protege a Terra dos perigosos raios ultravioleta do sol. Nos últimos trinta anos, a camada de ozônio vem diminuindo de 3 a 7 por cento; na Antártida, especialmente, os números são alarmantes. A cada início de primavera, o volume de ozônio chega a emagrecer ali quase 50 por cento (SUPERINTERESSANTE n º6).
Tudo indica que o culpado pelo “buraco” na camada de ozônio seja o clorofluorcarbono (CFC), um gás usado em aerosóis, aparelhos de refrigeração e plásticos para embalagens de sanduíches. O fenômeno foi observado pela primeira vez em 1974. Este ano, os cientistas passaram a estudar o problema no pólo oposto – o Ártico. Desde Janeiro, pesquisadores americanos, alemães e franceses, estabelecidos em Kiruna, no norte da Suécia, usam dois grandes balões de hidrogênio para verificar se existe cloro nos cristais de gelo que formam as nuvens da região. O cloro é que devora o ozônio na Antártida. Os resultados da pesquisa serão apresentados no encontro do Colorado.