Pela primeira vez em 200 mil anos, a espécie humana tornou-se sexualmente madura antes de estar psicologicamente preparada para agir como adulto na sociedade. A conclusão é de pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, e da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, liderados pelos professores Mark Hanson e Peter Gluckman. Eles descobriram que a primeira menstruação entre as garotas do Paleolítico chegava entre os 7 e os 13 anos, a mesma média das meninas do século 21. Durante séculos, as doenças e a má alimentação retardaram a puberdade feminina. As condições modernas de higiene e nutrição, além da evolução de medicamentos, teriam permitido que a menstruação voltasse ao seu ciclo original. Só que, diferentemente das mulheres paleolíticas, as meninas de hoje se tornam férteis antes de estarem com a cabeça pronta para se comportar como mulheres adultas. A sociedade se tornou mais complexa, e as maturidades sexual e psicossocial entraram em ritmos diferentes. “O nosso sistema social funciona sob a premissa de que os dois tipos de maturidade coincidam. Mas isso não é verdade e nunca mais será, porque não podemos mudar a realidade biológica. Temos que elaborar um novo tipo de estrutura – educação escolar, por exemplo – para lidar com essa realidade”, escreveram os pesquisadores.