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E se Brasília não tivesse sido construída?

Veja como seria o Brasil se a capital moderna projetada por Oscar Niemeyer não existisse.

Por Maurício Horta
Atualizado em 31 out 2016, 18h48 - Publicado em 5 dez 2012, 22h00

A cidade do Rio de Janeiro, no Distrito Federal, teria sido bombardeada por navios argentinos. O país acabaria anexado e te-ríamos que torcer pelo Messi na copa. Isso é o que o idealizador de Brasília escreveria aqui. Não, não estamos falando de Juscelino Kubitschek. Quem imaginou a cidade que hoje faz a alegria dos Sarneys foi José Bonifácio de Andrada, conselheiro de dom Pedro 1º, em 1827. Ele tinha dois objetivos. Primeiro, deixar a capital menos vulnerável a navios de guerra. Segundo, desenvolver o interior do país. O imperador não deu bola – até porque já estava de saída para virar rei de Portugal. Quando Juscelino desenterrou a ideia cento e tantos anos depois, o objetivo 1 não fazia mais sentido. Mas o interior do Brasil continuava de lado. O objetivo 2 tinha lógica. E agora, 50 anos depois, não dá para dizer que a coisa fracassou: Brasília é a cidade com o 3º maior PIB do país. Gera R$ 100 bilhões por ano em produtos e serviços no meio do planalto Central. Perder isso do dia para a noite teria o efeito de uma bomba atômica para o Centro-Oeste, claro. Mas também é mentira que sem a capital a região estaria às moscas. Quem fez o Centro-Oeste crescer, bem mais do que Brasília, foi a expansão da soja e da carne. Goiânia e Anápolis seriam tão importantes quanto são hoje. E no lugar do Distrito Federal teríamos a cidade de Planaltina, que já estava lá desde o século 18. Quem ganharia mesmo com a não existência da capital nova seria a capital velha. Se todos os órgãos e empresas públicas que foram para Brasília tivessem ficado no Rio, a cidade teria uma parte substancial daquele PIB do Distrito Federal, engordando bem os R$ 140 bilhões que produz hoje. Não seria o bastante para ultrapassar os R$ 370 bilhões de São Paulo. Mas daria bem para o começo. E não ficaria só nisso, merrmão.

Correio Carioquense
1º de maio de 2010

Congresso caça mandato de Sarney

A pressão popular seria maior no Rio, uma cidade de 6 milhões de habitantes (contra 2 milhões de Brasília) e que está mais perto de outros centros urbanos. Isso diminuiria a corrupção? Nova Délhi, Caracas e Buenos Aires, megametrópoles e capitais ao mesmo tempo, não são oásis de probidade. Mas a pressão faria diferença pelo menos nos casos que mexem mais com a opinião pública.

ESPORTES

Volkswagen do Brasil estreia na F-1

Sem Brasília não haveria a inflação dos anos 60. Sem essa crise, não viria o golpe militar. Nisso o sindicalista Lula não ganharia a notoriedade que ganhou combatendo o regime. E não viraria presidente. Mas ei: alguma multinacional, uma Volkswagen da vida, poderia ficar encantada pelo carisma do líder operário e apontá-lo como CEO para o Brasil. E como Luís Inácio gosta de esportes…

“Vou continuar até os jogos da espanha”

Com a economia tinindo sob o governo do Marechal Lott, sucessor fantoche de JK, o Rio bateria Cidade do México, Detroit e Buenos Aires em 1963 na disputa por sediar a Olimpíada de 1968. Essa poderia ser uma ambição do próprio Juscelino, que de fato pretendia estar reeleito no ano olímpico. Como o Rio já teria sediado os jogos uma vez, poderia perder a batalha por 2016 para Madri.

Inflação de abril chega a 20%

Juscelino imprimiu dinheiro a rodo para bancar a construção de Brasília. Isso desvalorizou a moeda e causou inflação. Sem a nova capital, isso não teria acontecido. Mas as inflações vêm e vão em ciclos. Se não tivéssemos passado pela dos anos 60, a alternância entre valorização e desvalorização da moeda se daria em épocas diferentes. Não haveria Plano Real. E a hora da hiperinflação poderia ser agora.

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ELEIÇÕES 2010

“Eu tenho medo de Antônio Fagundes”
Petista confirma candidatura e tucana parte para o ataque. O ator José Dirceu substituirá Fagundes na novela das 8 durante campanha.

Uma realidade com políticos e atores globais fazendo cooper lado a lado no Leblon alimentaria uma figura comum em outros países, como os EUA: a do artista político. A explosão de popularidade da Globo nos anos 70 já poderia ter começado a eleger atores há 30 anos. Com essa nova cultura, a disputa pela Presidência poderia estar entre a tucana Regina Duarte e o petista Antônio Fagundes.

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Se JK não fizesse Brasília, montaria uma nova sede de governo no Rio, para marcar seu mandato. Onde? Na Barra da Tijuca. Funcionários públicos seriam alojados num megacondomínio de classe média não muito longe: a Cidade de Deus. Então o filme de Fernando Meirelles teria que ter outro nome. E disputaria o Oscar com um nome mais sonoro! Poderia ser German Complex (Complexo do Alemão) ou Inland Mill (Engenho de Dentro). Aí ganhava sem erro.

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