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Efeito estufa turbinado

Na quantidade certa, ele é essencial à vida, preservando o planeta de grandes variações de temperatura. Mas nada impede que ele transforme um mundo num forno escaldante

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h45 - Publicado em 8 mar 2013, 22h00

Hemerson Brandão

Você já deve ter reparado num ponto brilhante no céu durante o entardecer. Alguns a chamam de Estrela d’Alva, mas, você sabe, ela é um planeta: Vênus. Depois do Sol, Vênus é o astro mais brilhante do céu noturno, visível até mesmo durante o dia em algumas ocasiões.

Tanto brilho vem das nuvens que recobrem o planeta. Não é à toa que ele recebeu o nome da deusa mitológica do amor. Mas a beleza de Vênus acaba por aí. Sob essas nuvens, existe um mundo infernal, onde você não gostaria de morar. Vênus é assolado por um efeito estufa global extremo, com ventos e temperaturas altíssimas. Um potencial vislumbre do futuro da Terra, se nossas providências para reduzir o aquecimento global falharem.

A atmosfera de Vênus é formada principalmente por dióxido de carbono. Esse gás tem a capacidade de aprisionar o calor do Sol, elevando a temperatura global na superfície para escaldantes 480 0C. Isso tanto de dia como de noite, o suficiente para derreter chumbo. O efeito estufa em Vênus já chegou a um ponto sem conserto.

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Atualmente, experimentamos um aumento significativo no efeito estufa na Terra. Previsões alarmistas para o próximo século dizem em 3 ou 4 0C de elevação da temperatura global. Parece pouco. Bem longe dos 480 0C de Vênus. Mas até quando?

Quando se apresenta na quantidade certa, o efeito estufa é importante para a vida na Terra. Sem ele, nosso planeta sofreria com alterações bruscas de temperatura entre o dia e a noite. Em contrapartida, se vier em excesso, torna a Terra uma sauna insuportável.

O uso intensivo de combustíveis fósseis e a derrubada de florestas são grandes vilões dessa história. Quanto mais dióxido de carbono e metano são lançados na atmosfera, mais calor ficará preso nela, aumentando a temperatura global. E aí mais vegetação morre e mais energia consumimos, o que inevitavelmente libera mais gases de efeito estufa na atmosfera, elevando ainda mais a temperatura. Uma conta que se multiplica a cada dia.

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“Pelo menos nos últimos 650 mil anos, nunca houve uma concentração de dióxido de carbono tão grande na atmosfera como agora”, é o que afirma a ambientalista Fátima Cardoso, no livro Efeito Estufa: Por que a Terra Morre de Calor. Ela aponta que durante os últimos 650 mil anos o nível de dióxido de carbono na atmosfera se manteve estável. Somente nos últimos 100 anos, essa quantidade aumentou quase 30%.

O problema é que ninguém sabe até que ponto pode-se elevar o efeito estufa na Terra antes que ele se torne extremo e irreversível. Não pelo gás carbônico que nós conseguimos emitir sozinhos, que ainda será bem inferior ao que há em Vênus, mas porque o processo empurra o planeta na direção de outro estado de equilíbrio. As geleiras derretem, menos calor é rebatido para o espaço, mais gases são liberados pelos oceanos aquecidos, mais vapor d¿água se concentra no ar, e tudo isso aumenta o efeito estufa. É um efeito dominó que pode se tornar impossível de conter.

Por isso, se os 3 ou 4 0C a mais em 2100 não chegam a assustar os mais céticos, convém lembrar que a coisa que pode ficar muito pior mais adiante. Vênus que o diga.

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