Quando o iguana-das-galápagos passa fome, não emagrece, apenas. O bicho chega até a diminuir de tamanho. “Não pude acreditar quando constatei a diferença”, disse à SUPER um dos autores da descoberta, o biólogo americano Martin Wielsky, da Universidade de Illinois. “Pensei que fosse um erro de medida.” Mas não era. Wielsky fez várias medições em iguanas marinhos das Ilhas Galápagos, no Equador, e percebeu que, em períodos de escassez de comida, os répteis chegam a ficar 20% mais curtos. Nunca se havia observado algo assim em um animal, explica o cientista. O encolhimento acontece nos anos de El Niño, quando a água do Oceano Pacífico esquenta de maneira fora do comum. O calor diminui muito a quantidade de algas vermelhas, o único prato da dieta dos lagartos. Wielsky ainda não sabe como os iguanas diminuem. A hipótese mais provável é que eles tenham em seu corpo uma substância capaz de digerir parcialmente os seus ossos, fazendo encolher o esqueleto. Seja como for, o tamanho econômico tem uma vantagem extra para os répteis, que não precisam comer tanto quanto normalmente.