Por que um furacão, quando sai do mar e encontra a terra, pode destroçar uma construção e deixar outra intacta, a poucas centenas de metros? Meteorologistas da Universidade de Oklahoma, propuseram uma resposta. É que esses monstros, com centenas de quilômetros de diâmetro, são acompanhados por uma espécie de tubos de vento, que correm deitados, em paralelo à parede do furacão (veja ao lado). São como minifuracões horizontais, com cerca de 600 metros de diâmetro. A equipe, chefiada por Joshua Wurman, acompanhou o furacão Fran, que atingiu o território americano em 1996. E encontrou ventos muito fortes, a 1 quilômetro acima da superfície. Essas lufadas são varridas pelos tubos, que as carregam para baixo e, depois, para cima, num redemoinho constante. “Nas áreas em que as violentas rajadas horizontais chegam ao solo, a velocidade é muito forte”, explicou Wurman à SUPER. Se uma casa estiver ali, é problema. Mas, nos trechos em que as correntes sobem, os ventos horizontais são muito mais amenos. Aí, tudo é paz.
Feito rolos compressores
Veja como agem os tubos de vento ao lado das paredes de um furacão.
1. Aqui, a cerca de 1 quilômetro de altura, os ventos são muito fortes.
2. Ao lado das paredes do furacão, há tubos de ventos que desviam as violentas correntes para baixo, como um minifuracão deitado.
3. Ao tocar o solo a corrente puxada lá do alto adquire a velocidade de 216 quilômetros por hora. Tudo o que está no caminho é arrasado.
4. Onde os tubos de vento levam as correntes para cima, as rajadas são de cerca de 72 quilômetros por hora. Aqui, as construções não sofrem danos.