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Filhos únicos são mais criativos, diz estudo

Testes neurológicos e de personalidade mostram o potencial criativo de quem não tem irmãos e confirmam o senso comum: é difícil lidar com eles. "É LeviOsa!"

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 Maio 2017, 13h43 - Publicado em 8 Maio 2017, 13h40

Filhos únicos têm uma péssima reputação no histórico dos estudos de personalidade. Isso porque o senso comum já abraçou a ideia de que a falta de irmãos faz com que eles tenham mais dificuldades sociais, não aprendam a dividir desde cedo e desenvolvam, portanto, traços mais egoístas.

Um estudo recente do Laboratório de Cognição e Personalidade, do Ministério da Educação da China, porém, investigou o cérebro de centenas de universitários e concluiu que pode existir uma grande vantagem em ser filho único: uma criatividade avantajada.

Os pesquisadores começaram o experimento com uma bateria de testes de personalidade. Um deles testava o potencial da imaginação de cada voluntário. Eles precisavam pensar em formas curiosas de transformar caixas de papelão, jeitos inéditos de usar brinquedos infantis e soluções criativas para problemas imaginários.

Depois, os participantes passavam por exames de imagem que identificavam o volume de massa cinzenta em cada área do cérebro deles.

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A análise dos resultados mostrou que o grupo de filhos únicos teve um desempenho melhor nos testes de criatividade do que aqueles que tinham irmãos. E a diferença foi refletida nos exames também: os filhos solitários tinham mais massa cinzenta concentrada no giro supramarginal.

É uma área do cérebro que faz parte do lobo parietal, região associada com a imaginação e uma certa flexibilidade mental. Para os cientistas, uma possível explicação para essa diferença é o convívio mais intenso que filhos únicos tendem a ter com adultos. Eles também ganham atenção exclusiva dos pais, o que pode ser um estímulo a mais durante seu desenvolvimento.

Por outro lado, a pesquisa também parece concordar parcialmente com o senso comum. O teste também revelou que os filhos únicos apresentavam agreeableness abaixo da média. Este traço de personalidade, às vezes traduzido como amabilidade, é ligado à preocupação com os outros, valorizando seu bem estar.

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Pessoas com alta amabilidade tendem a colocar os interesses dos outros acima dos seus próprios e fazem questão de ser calorosas nas suas relações. Já o desempenho dos filhos únicos mostra uma tendência de priorizar os próprios interesses e tratar os outros com ceticismo.

Os exames de imagem do cérebro também parecem estar associados a esse resultado: os cientistas encontraram uma concentração menor de massa cinzenta no córtex pré-frontal medial. Essa região é ativada quando pensamos em nós mesmos em relação aos outros.

De novo, os cientistas teorizam que a resposta esteja na forma como os filhos únicos são criados. Nunca precisaram competir por atenção ou elogios e tiveram que lidar com expectativas altas por toda vida.

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Vale lembrar, porém, que os resultados podem não ser iguais para todos os lugares do mundo. Os estudos foram todos feitos na China – em que o número de crianças sem irmãos aumentou muito graças à política do Filho Único – e todos os participantes eram universitários chineses. Os resultados da pesquisa levaram em conta tanto o perfil socioeconômico dos voluntários quanto o nível de escolaridade dos pais, mas não dá para excluir totalmente os efeitos de uma cultura tão diferente da nossa.

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