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Holocausto ajuda a entender gratidão

Foi essa a conclusão de um time de neurocientistas americanos, que estudou o cérebro de mais de 20 jovens expostos a relatos de sobreviventes do nazismo

Por Ana Luísa Fernandes
Atualizado em 8 mar 2024, 11h13 - Publicado em 20 out 2015, 19h15

campo

Para entender melhor como funciona a gratidão, pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia, EUA, utilizaram memórias de sobreviventes do Holocausto nazista. A situação pode parecer incomum, afinal, não é tão fácil extrair algum sentimento bom de um genocídio. Mas são em momentos como esses que a mais pequena ajuda é valorizada, como explica em entrevista Glenn Fox, líder do projeto: “Nós tipicamente associamos coisas ruins ao Holocausto. Mas quando você escuta os sobreviventes, também conhece histórias de virtude incríveis, e de gratidão pela ajuda recebida”.

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Foram recrutados 23 jovens na faixa dos 20 anos para o estudo, sem nenhum vínculo pessoal com o Holocausto. Pequenos documentários sobre a história do nazismo foram mostrados, relatando a vida dos perseguidos por Adolf Hitler nos campos de concentração. Depois, os neurocientistas utilizaram vários depoimentos reais de sobreviventes, que reforçaram o impacto causado pelos filmes e introduziram a gratidão no meio do horror. Os participantes foram colocados em situações como “Você está extremamente doente em um campo de concentração, quando um outro prisioneiro médico te salva” ou “Os nazistas estão te perseguindo, e uma família te acolhe por conta e risco”. Durante o processo, foi possível mapear o cérebro dos voluntários. Fox diz: “Eles tiveram uma experiência de gratidão como se eles se imaginassem na situação”.

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Os pesquisadores descobriram que, quando o cérebro sente gratidão, ele ativa áreas responsáveis pelos sentimentos de recompensa, cognição moral, julgamentos subjetivos de valor, de equidade, de decisões econômicas e autorreferência. Além disso, os jovens foram capazes de entender muito melhor o Holocausto, sentindo empatia pelos sobreviventes.

O diretor Stephen Smith, da USC Shoah Foundation, de onde foram retirados os depoimentos apontou: “Quando deram o testemunho, muitos sobreviventes do Holocausto nos falaram que eles acharam razões para agradecer, seja por um estranho oferecendo um pedaço de comida ou um vizinho oferecendo um lugar para se esconder (…) a pesquisa mostra porque é tão importante preservar as vozes de pessoas que viveram durante esses tempos sombrios”.
 

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