Homofóbicos têm menos interesse em sexo
Em teste, preconceituosos ficaram menos excitados diante de imagens eróticas - fossem envolvendo héteros ou gays
Homens homofóbicos podem não ser lá muito chegados a sexo – seja com quem for. Essa é conclusão de uma pesquisa feita na Suíça, que mediu a dilatação das pupilas para medir o interesse sexual inconsciente de homens que se declaravam “anti-gays”.
Tudo começou com um outro estudo sobre homofobia, também focado nos olhos: os pesquisadores mostraram fotos sexuais de casais homossexuais, heterossexuais e outras imagens neutras. Metade dos homens que admitiam não gostar de gays passavam um tempo maior olhando para os casais homossexuais que as pessoas que aceitavam todas as orientações sexuais. Porém, no geral, os homofóbicos evitavam ficar encarando as fotos relacionadas a sexo, independente dos envolvidos.
Daí os cientistas ficaram curiosos: será que os homofóbicos evitam conteúdo sexual conscientemente ou estão menos interessados no assunto sem nem perceber? Se pensarmos que muitas pessoas desaprovam casais homossexuais por motivos religiosos ou morais, faria sentido que eles fizessem um esforço maior para não ficar olhando para fotos pornográficas.
Foi aí que os pesquisadores resolveram fazer o teste da pupila. Quando ficamos excitados, as pupilas dilatam – e é um reflexo tão difícil de controlar quanto de disfarçar. Quanto mais dilatada a pupila, maior a excitação.
No novo estudo, os 36 participantes, todos homens heterossexuais, responderam a formulários que avaliavam o quanto eles se incomodavam com comportamentos de casais gays. Depois, foram apresentados a nova uma série de fotografias eróticas, que mostravam casais de várias orientações sexuais. Para distrair, eles tinham que dizer o quanto gostavam da imagem, em uma escala de “muito desagradável” a “muito agradável”. Enquanto isso, um equipamento acompanhava a sequência de fotos e o tamanho das pupilas.
A pupila dos homofóbicos aumentava muito menos que a dos homens normais – e isso independente do tipo de foto erótica que estavam observando. A diferença era menor quando olhavam fotos de casais gays, porque nenhum dos dois grupos ficou muito excitado. Porém, mesmo quando os casais mostrados eram héteros, a pupila dos homofóbicos ficava lá quietinha, indicando uma excitação sexual menor.
O resultado pode ser um primeiro indício de que, pelo menos para alguns homofóbicos, o preconceito não é consequência de tendências homossexuais reprimidas, mas de ter um interesse sexual em geral mais baixo que o da média. Eles podem simplesmente não ser assim tão fãs da coisa.
Um limite claro dessa pesquisa é que o número de participantes foi pequeno. Por isso, vão ser necessários mais estudos para entender como funciona essa relação entre homofobia e falta de tesão.