Joseph Kony, o maior viral e Obama
O guerrilheiro Joseph Kony virou megahit no YouTube. E pode influir na decisão da eleição nos Estados Unidos
Felipe Van Deursen
É um vídeo sobre política. Tem meia hora de duração. Mesmo assim, é o maior viral da história. E era essa a intenção da ONG Invisible Children ao lançar a campanha sobre Joseph Kony, líder rebelde de Uganda que transforma meninas em escravas sexuais e meninos em soldados. A ONG quer tornar famoso o rosto dele, o criminoso mais procurado do mundo pela Corte Penal Internacional. E está conseguindo. O vídeo atingiu 100 milhões de visualizações em 6 dias, menos tempo que Susan Boyle e afins, batendo um recorde. E é polêmico: jornalistas do país disseram que simplifica questões complexas demais. Até a Invisible Children teve sua idoneidade contestada: ela destinaria pouco dinheiro que arrecada para as causas que diz defender. Além disso, alguns de seus financiadores seriam radicais antigays. Mas o vídeo já conquistou parte dos americanos, incluindo celebridades. Se ele ganhou a mídia graças a uma campanha que lembra a corrida presidencial, observadores acreditam que possa influir na eleição no país, em novembro. Em 2011, Obama mandou cem soldados para caçar Kony, que não foi encontrado. Há quem especule que o vídeo seja uma fraude. Mesmo assim, ele já tem o mérito de tornar uma tragédia conhecida mundialmente.