Justiça quer ver superpoderes
Mágico terá que provar seus poderes paranormais na Justiça, dando uma demonstração ao vivo no tribunal.
Muitos ainda vão se lembrar de UriGeller, suposto mágico israelense que visitou o Brasil há cerca de quinze anos, entortando facas, garfos e colheres por meio de poderes ditos sobrenaturais. Nesse meio tempo ele saiu um pouco da vista do grande público, mas continuou fazendo bom dinheiro em consultoria (sobrenatural, claro) para empresários crédulos. Teve também a desventura de meter-se com um cidadão americano chamado James Randi, conhecido como O Maravilhoso, O apelido lhe faz justiça — Randi é mágico de profissão, mas mágico honesto, ou seja, não se vangloria possuir poderes sobrenaturais, apenas jeito para realizar truques atraentes. Nas horas vagas, ele se dedica a desmascarar charlatães que pretendem explorar o público garantindo possuir algo mais que simples habilidade motora.
Foi o desejo de desmascarar pregadores religiosos que se diziam capazes de realizar milagres que o fez enveredar, ainda menino, por esse caminho. As biografias de Geller e Randi se cruzaram alguns anos atrás — e, como tinha um rendoso nome a zelar, Geller chamou o rival ao tribunal, reclamando compensações por perdas e danos, uma vez que Randi acabara com sua fama de Mandrake. Agora a Corte de Justiça da Flórida onde corre o processo tomou uma decisão por todos os títulos embaraçosa para Geller: ele deve fazer uma demonstração dos seus superpoderes diante dos juízes. Por medida de precaução, uma câmera de tevê, que se supõe imune a truques e ilusionismos, gravará todo o evento. Geller ainda não respondeu se topa a parada, ou desiste da ação.