Os povos de fala portuguesa ganharam um tempo extra para se acostumar com a idéia de que os acentos nas palavras paroxítonas (como vírus) e proparoxítonas (átomo), assim como a maioria dos hífens que ligam as palavras compostas (como auto-sugestão) poderão desaparecer. Resistências portuguesas remeteram para depois de 1990 a possível promulgação do acordo que visa unificar e simplificar a ortografia da língua. Segundo o filólogo carioca Antônio Houaiss, que em maio de 1986 secretariou o Encontro de Unificação Ortográfica, realizado no Rio, será necessária uma nova etapa de conversações, ainda sem data marcada, com os filólogos de Lisboa.
Estes sustentam que a unificação subordina a língua aos interesses, comerciais e políticos do Brasil na Africa. Ou seja, a reforma ortográfica esconderia uma espécie de conspiração antiportuguesa. O acordo ortográfico prevê que os acentos ficarão praticamente restritos às oxítonas terminadas em a, e o (como chá, café e cipó). Além disso haverá acentos diferenciais em pôde (para não confundir com pode) e em fôrma (para não confundir com forma). O hífen permanece apenas nas palavras de origem tupi (como araçámirim) e nas compostas com alguns prefixos, como sem, ex, vice, além, aquém, recém, pós, pré, pró.