Há quatro anos, um acordo internacional suspendeu o lançamento no mar dos rejeitos de reações nucleares – que podem emitir radiações em doses nocivas por uma verdadeira eternidade – até a conclusão dos estudos sobre os riscos dessa prática (SUPERINTERESSANTE nº9, ano 4). Um desses trabalhos acaba de ser realizado pelo Instituto de Ciências Oceanográficas, na Inglaterra, que examinou o solo no fundo do Oceano Atlântico. Ali, os sedimentos contêm naturalmente traços de urânio 238, o mesmo usado em reatores. Os pesquisadores, que analisaram diversas camadas de solo em um buraco com 30 metros de profundidade, notaram que o material radioativo ali praticamente não se deslocou nos últimos 500 000 anos. Ou seja, o deslocamento de átomos radioativos no fundo do mar é mais lento do que se previa. Essa é a boa notícia. A má é que alguns cientistas desconfiam que o calor emitido pelos tambores com lixo atômico pode acelerar a migração das substâncias radioativas ruma à superfície.