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Manequins com “corpo perfeito” vendem menos

Muito magros, com músculos definidos: aquele manequim que poderia estar na capa de uma revista, é uma péssima ideia pros negócios

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 ago 2017, 18h21 - Publicado em 31 ago 2017, 18h12

Imagine uma loja de roupas. Aposto que nessa imagem estão alguns manequins. Natural, o objeto é uma ótima forma de expor os produtos que estão à venda, e dar uma noção de como eles vão ficar no seu corpo (evitando as longas filas no provador). Mas o que um novo estudo da Universidade de British Columbia, nos EUA, está clamando é que os manequins podem fazer você se sentir mal consigo mesmo – e  isso afeta as vendas diretamente.

A conclusão dos pesquisadores apareceu depois que eles começaram a comparar dois fatores: 1- como os consumidores se sentiam com o próprio corpo e 2- como o corpo dos manequins afetava a vontade de compra dos clientes. Para isso, eles pediram para os voluntários responderem, por seis meses, questões relacionadas à autoestima pessoal. Ou seja, o quão satisfeitos eles estavam com sua forma. Depois os submeteram a uma avaliação de produtos. Os voluntários viam um manequim vestido e tinham que sinalizar o quão a fim estavam de comprar o item exposto, em uma escala de 0 a 7. Os manequins foram alterados seis vezes. Certa vez tinham um corpo mais sarado e detalhado, em outro momento as formas dos músculos não eram tão definidas; às vezes tinham um rosto com cabelo, depois eram carecas e com riscos pintados na cara. O resultado foi claro. Quanto menor a autoestima do consumidor, mais ele tendia a desgostar de produtos exibidos em manequins com corpos de capa de revista (magros, com rostos detalhados, músculos aparentes – e no caso dos femininos, seios grandes).

“Quando aquele manequim é um exemplo de perfeição, isso lembra pessoas vulneráveis de que elas não querem ser medidas”, afirma Darren Dahl, professor da Universidade e coautor do estudo. “O problema é a beleza ideal que os manequins representam. Quando as pessoas sentem que não estão nesse ideal, a visão delas sobre o produto também é ofuscada”, completa.

A nossa projeção nos manequins, porém, tem limites. Basta deixá-los um pouco menos comparáveis.  Quando os pesquisadores resolviam arrancar a cabeça dos objetos, ou tirar suas pernas (se a peça exibida era uma camiseta, por exemplo), que as avaliações entre os participantes com baixa autoestima ficavam equivalentes ao dos mais confiantes. Na prática, o corpo do boneco deixava de representar uma influência na compra.

O assunto vale muito dinheiro. De acordo com o estudo, a indústria dos manequins movimenta mais de R$ 9 bilhões anualmente. Na próxima vez que você for ao shopping, já sabe: não precisa se sentir mal com aquela loja com manequins de beleza atlética. Quem vai perder com isso é o lojista.

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