Quando Oswaldo Cruz prometeu, em 1902, acabar com a febre amarela no Rio de Janeiro em três anos, o combate à doença era feito com o isolamento dos doentes e a queima de colchões, roupas e objetos por eles usados. Acreditava-se que o contágio se desse pelo contato direto. Oswaldo Cruz mudou tudo: causando grande agitação, mandou acabar com os focos de mosquitos, para ele os verdadeiros transmissores da doença.
Foi uma gritaria geral: protestos, manifestações em praça pública, levantes militares contra o governo. Inquieto, o presidente Rodrigues Alves insinuou a Oswaldo Cruz: ” Para acalmar a situação, o senhor não poderia mandar queimar alguns colchões e peças de roupa, enquanto mata os mosquitos?”
O cientista foi claro: “Se fizer isso, quando o combate aos mosquitos acabar com a febre vão dizer que foi aquela medida que produziu resultados, e não esta”.
Saiu do gabinete e ainda ouviu Rodrigues Alves comentar: “É impossível que esse moço não tenha razão”. Ainda bem que pelo menos ele confiou: três anos depois não havia mais febre amarela no Rio de Janeiro.