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O perseguidor

Editorial

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h50 - Publicado em 3 jan 2011, 22h00

Sérgio Gwercman, diretor de redação

Existem dois tipos de tempo. O primeiro é o do relógio. Ali, obedecemos a uma contagem linear e irreversível. O segundo é aquele em que vivemos de verdade. Esse tempo está na nossa cabeça – e passa em círculos, sem obedecer às regras da física. Faz uns 10 anos que eu entendi a diferença entre eles, ao ler um conto do argentino Julio Cortázar. Chama-se O Perseguidor e conta a história de Johnny, um músico que se diz capaz de viajar no tempo usando o pensamento. Acontece muitas vezes quando ele sobe ao palco: os shows duram horas, mas enquanto toca sua mente percorre dias, meses, sem que ele saia do lugar. Às vezes Johnny está dentro de um vagão de metrô. As portas se fecham e demoram um minuto e meio até abrir na estação seguinte. Mas, na cabeça do músico, esses 90 segundos correspondem a um quarto de hora. “Viajar de metrô é como estar dentro de um relógio. As estações são os minutos, e esse é o tempo de vocês, o agora; mas eu sei que existe outro, onde eu estava pensando, pensando…”, ele diz (a tradução é minha).

Lembrei-me desse trecho quando o editor Emiliano Urbim falou sobre novas pesquisas mostrando que cada um de nós tem relação diferente com o relógio – uma espécie de personalidade temporal. Fez todo o sentido: é só olhar ao redor para perceber que uns aceleram mais, outros procrastinam mais. O passar do tempo não é igual pa­ra todos. Como esse fe­nô­meno acontece é o que você entenderá a partir da pág. 64, em mais um belo trabalho assinado pelo Emiliano.

Um grande abraço.

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O SISTEMA É FORTE

Aconteceu de novo: o milagre da multiplicação dos talentos. A equipe inteira da SUPER reunida em torno de um tema, pensando na melhor maneira de contá-lo para você. Culpa de Tropa de Elite 2. Como o pessoal voltava do cinema de queixo caído, decidimos fazer uma edição especial sobre o filme – ou melhor, sobre o que o filme não contou. A verdade sobre as milícias, as pessoas que inspiraram personagens, os bastidores do serviço de inteligência. Todos contribuiram. Sob o comando do editor Alexandre Versignassi, os jornalistas Emiliano Urbim, Bruno Garattoni e Karin Hueck construíram a pauta. Ganharam a ajuda do editor Leandro Beguoci, um baita talento que fez sua estreia na SUPER. O estúdio Fazfazfaz, veterano colaborador da revista, ficou incumbido do design. E, quando toda essa gente começou a trabalhar junta, operou-se o milagre: em poucos dias, eles produziram uma edição memorável. Tudo enquanto eu aproveitava minha lua de mel – só tive o trabalho de voltar e verificar que o trabalho estava perfeito. A revista está nas bancas. Parabéns (e obrigado) aos envolvidos!

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