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O treinador é a diferença entre a medalha e a derrota, diz a ciência

Não basta treinar, precisa participar: estudo britânico mostra que estilo do técnico separa os bons atletas dos esportistas de "superelite".

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 31 out 2016, 19h06 - Publicado em 15 ago 2016, 16h45

Atletas de elite são as pessoas que chegam mais perto de super-heróis da vida real. Para serem mais rápidos, mais fortes e mais ágeis que uma pessoa normal, eles misturam uma genética favorável com regimes rigorosos de treinamento. Mas, enquanto todos tem essa rotina similar, não é todo mundo que sai das competições com medalha. Pelo contrário, alguns atletas tendem a concentrar a maior parte das vitórias, como é o caso de Michael Phelps na natação.

Como diferenciar, então, qual dos atletas de elite vai levar uma medalha para casa e quais vão sair só com o prêmio de participação? O tipo de técnico com quem treinam pode ser uma boa pista.

No Reino Unido, o UK Sport, instituto que financia atletas olímpicos, encomendou um estudo para saber o que os recordistas de pódio tem em comum. Não é pouca coisa: os psicólogos esportivos encontraram 43 variáveis que ajudavam a diferenciar um “Phelps” de um mero mortal. Entre as diferenças que mais se destacavam estava a relação treinador-atleta. Esse fator se mostrou tão importante que os pesquisadores fizeram um novo estudo focado só em entender a influência dos Bernardinhos britânicos.

Os cientistas separaram dois grupos “gêmeos” de medalhistas e atletas que nunca subiram no pódio. Para cada medalhista, havia no outro grupo um outro esportista da mesma idade, modalidade e gênero que nunca atingiu o topo. Depois, os pesquisadores entrevistaram os treinadores, os atletas e seus pais.

Eles chegaram a duas conclusões principais: todo atleta de elite, medalhista ou não, recebia suporte técnico e tático do mais alto nível. Ou seja, a capacidade profissional do treinador não teve influência direta na medalha. O que ajudava mesmo a prever se o esportista iria se destacar era o tratamento emocional que recebia do técnico.

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Apoio incondicional e preocupação com a autoestima foram características atribuídas a todos os técnicos atletas de “superelite”. Já um degrau abaixo, entre os atletas que eram “apenas” de elite, a sensação era de que o lado emocional dos esportistas era invisível para os treinadores – alguns chegavam a usar a “tática” de esperar o pior do atleta… E era exatamente isso que acabava acontecendo.

O resultado do estudo vai inspirar o UK Sport, que geralmente é responsável por contratar os técnicos para os atletas financiados pelo governo inglês. Atualmente, o critério é escolher treinadores que tiveram sucesso em cultivar habilidades técnicas em outros atletas – mas agora, o objetivo é que a capacidade de mentoria de cada treinador seja levada tão a sério quanto sua capacidade técnica.

Mas o estudo também não é desculpa para colocar a responsabilidade toda no treinador. A maioria dos “fatores da vitória” encontrados pelo estudo dependem da trajetória do atleta – traumas de infância (do divórcio dos pais à perda de um ente querido), por exemplo, são extremamente comuns entre atletas que acumulam medalhas. É possível que o resultado da tragédia seja uma resistência emocional que os esportistas desenvolvem cedo na carreira.

Os pesquisadores querem juntar as duas descobertas do estudo e tentar treinar atletas “autosuficientes”, capazes de se motivar sozinhos da forma que um técnico atencioso faria e com a resiliência psicológica que separa os bons dos incríveis.

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