Por que este prédio está desabando?
No incêndio que consumiu os dois prédios das centrais elétricas de São Paulo (Cesp), bem no coração de São Paulo.
No incêndio que consumiu os dois prédios das centrais elétricas de São Paulo (Cesp), bem no coração de São Paulo, em maio último, a parte central de um deles desabou. Não existe uma explicação definitiva para o desabamento – apenas hipóteses. Durante o incêndio, quando uma estrutura de concreto armado – composta de água, cimento, areia, pedras e mais as barras de armadura de aço – fica exposta a temperaturas superiores a 600 graus, o material concreto simplesmente desidrata. Em conseqüência, suas moléculas se contraem, enquanto os cristais que formam os agregados se expandem. O resultado é a desagregação do material. Por sua vez, as barras de armadura de aço, sob temperaturas elevadas, perdem suas principais características mecânicas, ajudando a enfraquecer o concreto.
Mas nem sempre o desabamento pode ser explicado apenas pelo calor das chamas. O engenheiro Eduardo Horta, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas ( IPT), de São Paulo, lembra que é preciso levar em conta também a estrutura do edifício. No caso da Cesp, a hipótese é de que o problema ocorreu devido à ruptura de alguns dos dezesseis pilares que sustentavam a construção. Eles foram submetidos a enormes esforços por terem que conter a expansão dos elementos horizontais da estrutura – painéis de lage, vigas etc – causada pelas altíssimas temperaturas. Com essa sobrecarga toda, os pilares se romperam por cisalhamento, ou seja, corte. Segundo o engenheiro Horta, ” é comum ocorrer esse tipo de ruptura em pilares de prédios incendiados “.