Quanto custa um arrependimento?
Pesquisadores descobriram o preço que pagaríamos para evitar a tristeza e encontrar o amor - e, de quebra, qual o sentimento mais (financeiramente) valorizado no mundo.
Se você pudesse voltar no tempo, iria preferir reviver um momento feliz ou mudar o seu passado para evitar um momento trágico ou vergonhoso? Foi justamente isso que um novo estudo internacional resolveu investigar, de um ponto de vista inovador: o do dinheiro.
Os pesquisadores pediram que os 87 participantes do estudo dessem um preço para suas melhores – e piores lembranças. Se a experiência era positiva, o preço equivalia ao que pagariam para revivê-la. Se era negativa, para nunca ter que passar por ela de novo.
Perguntaram a todos eles: “Pense em um momento na sua vida em que você estava muito X. O quanto você estaria disposto a pagar para recriar (ou evitar) esse sentimento por 1 hora”. No lugar de X, eles colocaram 14 emoções diferentes
Só que os pesquisadores foram muito espertos: como os próprios autores eram de países diferentes, já dividiram os entrevistados em dois grupos. Um era de chineses de Hong Kong. O outro de britânicos. Isso porque eles já esperavam que a cultura oriental e a ocidental tivessem grandes diferenças no valor que dão para os sentimentos.
Não deu outra. Os britânicos estavam mais dispostos a pagar para reviver momentos e sentimentos bons – mas não estavam muito dispostos a gastar além dos R$ 300. Os chineses eram bem mais mão aberta, mas a prioridade para eles era evitar experiências negativas.
Quanto custa uma emoção… na China
Amor: R$ 374,88
Arrependimento: R$ 350,79
Vergonha: R$ 329,52
Tristeza: R$ 306.38
Frustração: R$ 282.31
Orgulho: R$ 277.69
Quanto custa uma emoção… no Reino Unido
Amor: R$ 314,74
Alegria: R$ 264.61
Tristeza: R$ 236.88
Deleite: R$ 226.21
Medo: R$ 224.06
Vergonha: R$ 196.33
Das 6 emoções mais “caras” na China, 4 eram sentimentos que eles pagariam para evitar, não para sentir. Uma das únicas experiências positivsa que estavam dispostos a pagar bem para ter era o orgulho. A alegria passou longe – ficou em 8º lugar. No Reino Unido, deu empate: 3 sentimentos bons e 3 ruins. E a frustração, tão importante para os chineses, ficava só em 12º lugar.
Nada muito surpreendente para a cultura de cada lugar. Mas o interessante é que ocidentais e orientais só concordavam em duas coisas: em primeiro lugar, o tédio era a emoção negativa mais desvalorizada por ambos. Evitá-la só valia R$ 86 no Reino Unido e R$ 120 na China.
E, por fim, os dois chegaram ao topo dos seus investimentos hipotéticos para pagar por uma hora de amor. No fim das contas, a crença de que você precisa ser amado para se sentir bem ultrapassou todos os obstáculos do estudo – seja o “pessimismo” cultural dos chineses (ao menos aos nossos olhos ocidentais), seja a mão-de-vaquice dos britânicos.