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Quanto custa um arrependimento?

Pesquisadores descobriram o preço que pagaríamos para evitar a tristeza e encontrar o amor - e, de quebra, qual o sentimento mais (financeiramente) valorizado no mundo.

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 31 out 2016, 19h01 - Publicado em 15 set 2016, 21h00

Se você pudesse voltar no tempo, iria preferir reviver um momento feliz ou mudar o seu passado para evitar um momento trágico ou vergonhoso? Foi justamente isso que um novo estudo internacional resolveu investigar, de um ponto de vista inovador: o do dinheiro.

Os pesquisadores pediram que os 87 participantes do estudo dessem um preço para suas melhores – e piores lembranças. Se a experiência era positiva, o preço equivalia ao que pagariam para revivê-la. Se era negativa, para nunca ter que passar por ela de novo.

Perguntaram a todos eles: “Pense em um momento na sua vida em que você estava muito X. O quanto você estaria disposto a pagar para recriar (ou evitar) esse sentimento por 1 hora”. No lugar de X, eles colocaram 14 emoções diferentes

Só que os pesquisadores foram muito espertos: como os próprios autores eram de países diferentes, já dividiram os entrevistados em dois grupos. Um era de chineses de Hong Kong. O outro de britânicos. Isso porque eles já esperavam que a cultura oriental e a ocidental tivessem grandes diferenças no valor que dão para os sentimentos.

Não deu outra. Os britânicos estavam mais dispostos a pagar para reviver momentos e sentimentos bons – mas não estavam muito dispostos a gastar além dos R$ 300. Os chineses eram bem mais mão aberta, mas a prioridade para eles era evitar experiências negativas.

Quanto custa uma emoção… na China

Amor: R$ 374,88

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Arrependimento: R$ 350,79

Vergonha: R$ 329,52

Tristeza: R$ 306.38

Frustração: R$ 282.31

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Orgulho: R$ 277.69

Quanto custa uma emoção… no Reino Unido

Amor: R$ 314,74

Alegria: R$ 264.61

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Tristeza: R$ 236.88

Deleite: R$ 226.21

Medo: R$ 224.06

Vergonha: R$ 196.33
 

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Das 6 emoções mais “caras” na China, 4 eram sentimentos que eles pagariam para evitar, não para sentir. Uma das únicas experiências positivsa que estavam dispostos a pagar bem para ter era o orgulho. A alegria passou longe – ficou em 8º lugar. No Reino Unido, deu empate: 3 sentimentos bons e 3 ruins. E a frustração, tão importante para os chineses, ficava só em 12º lugar.

Nada muito surpreendente para a cultura de cada lugar. Mas o interessante é que ocidentais e orientais só concordavam em duas coisas: em primeiro lugar, o tédio era a emoção negativa mais desvalorizada por ambos. Evitá-la só valia R$ 86 no Reino Unido e R$ 120 na China.

E, por fim, os dois chegaram ao topo dos seus investimentos hipotéticos para pagar por uma hora de amor. No fim das contas, a crença de que você precisa ser amado para se sentir bem ultrapassou todos os obstáculos do estudo – seja o “pessimismo” cultural dos chineses (ao menos aos nossos olhos ocidentais), seja a mão-de-vaquice dos britânicos.

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