O homem atual, o homo sapiens sapiens, surgiu na África há 200 mil anos e migrou para o resto do mundo, substituindo homens mais primitivos. É o que sugerem pesquisas recentes em que se utilizam da biologia molecular para explicar nossas origens. Até há pouco, havia duas hipóteses rivais sobre o assunto: a do “Candelabro” e a da “arca de Noé”. Para a primeira, um antepassado remoto, o homo erectus, migrou para várias regiões do mundo, evoluindo depois para a forma homo sapiens, que originou o homo sapiens sapiens. A espécie teria surgido então em vários lugares ao mesmo tempo. Já o segundo modelo diz que essa evolução ocorreu num único lugar.
Segundo a primeira teoria, as diferenças étnicas existentes hoje na população humana teriam se originado há milhões de anos – a idade dos homens mais antigos é estimada em 5 milhões de anos. Na segunda, essas diferenças seriam recentes, posteriores à migração do homo sapiens sapiens, há uns 100 mil anos. Agora, a biologia molecular traz um forte argumento a favor do segundo modelo. Examinando o material genético de populações de vários continentes, os pesquisadores notaram diferenças muito pequenas. Isso indica que o processo de diferenciação é de fato recente, não mais que os 100 mil anos propostos pelos partidários da “arca de Noé”.