Um sabão feito a partir de óleo da árvore sucupira- branca pode ser a mais nova arma a esquistossomose, uma doença típica de regiões ribeirinhas que, entre outros sintomas, faz inchar o fígado e o baço. Todo ano, cerca de 200 mil brasileiros são contaminados pela esquistossomose. A espuma do sabão mata a cercaria, larva do caramujo que transmite a doença, e dá proteção por 24 horas. ” Seu uso não vai acabar com a esquistossomose, mas ajudará a diminuir bastante o número de casos”, prevê o professor David dos Santos Filho, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, criador do produto.
Testado com sucesso em ratos pela equipe do pesquisador Naftale Katz, da Fundação Oswaldo Cruz, em Belo Horizonte, em breve o sabão será experimentado em macacos. Na verdade, desde a década de 60 se sabia que uma substância extraída do óleo da semente da sucupira-branca ataca a cercaria. O próprio David dos Santos Filho e seus colegas Walter Morz e Benjamin Gilbert verificaram esse efeito nos laboratórios da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde trabalhavem. Mas só recentemente as pesquisas foram retomadas para valer o resultado é o sabão que, mesmo não lavando mais branco, será com certeza um banho de saúde.