Seu ancestral servia de petisco para lagarto
Homem e dinossauro na mesma época, só na ficção. Se os répteis gigantes não tivessem desaparecido, os mamíferos nunca se desenvolveriam.
O que aconteceria se os dinossauros não tivessem sido extintos?
Para começar, não existiríamos. “Os dinossauros dominavam todos os ambientes continentais”, conta Reinaldo Bertini, paleontólogo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro, interior paulista. Os grandes répteis mandavam e abusavam, consumindo quase todo o alimento. Já os mamíferos eram seres oportunistas, ou seja, comiam o que os dinos deixavam sobrar – restos de caça, insetos, plantas. Por isso, não cresciam muito. Os maiores não chegavam a ter o tamanho de um gato. Os primatas de então pareciam ratinhos atuais. Mas as dimensões insignificantes vinham a calhar. Se fossem maiores, além de enfrentar a escassez de comida teriam dificuldades para se esconder dos grandões, que adoravam degustá-los. Quando, há 65 milhões de anos, os dinossauros foram extintos, nossos ancestrais fizeram a festa. Na fartura, que incluía as abundantes carcaças dos répteis, puderam se desenvolver e evoluir, gerando espécies maiores. Não fosse isso, você não estaria lendo esta revista.