Seus amigos têm mais amigos que você, diz estudo
A situação tem nome: é o "Paradoxo da Amizade Generalizada"
Você não é tão popular e influente quanto acha. É o que aponta um estudo coordenado pela engenheira da computação, Naghmeh Momeni da Universidade McGill, no Canadá. De acordo com os resultados, até mesmo seus amigos têm mais amigos que você. Não que amizade seja uma competição – mas se fosse você estaria perdendo.
“A maioria das pessoas tende a achar que é melhor que seus amigos quando se trata de inteligência, memória, popularidade, e outras questões pessoais”, afirmou Momeni em comunicado. “Essa impressão é falsa, pelo menos no contexto de redes sociais. Na realidade, nossos amigos têm, em média, mais amigos que nós. Não só isso, eles também são mais ativos e influentes. Chamamos isso de Paradoxo da Amizade Generalizada”, completa.
Os dados utilizados para a formulação da pesquisa saíram do Twitter – mas os envolvidos no projeto afirmam que ele poderia ter vindo de outras redes sociais, como o Tumblr, o Pinterest, ou o Facebook. Os pesquisadores utilizaram uma mostra de 5,8 milhões de usuários, 193 milhões de links twitados e 200 milhões de tweets, para conseguir analisar, em grande escala, o que acontece em nossas amizades virtuais.
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Todo esse material foi estudado em seis frentes diferentes: 1 – Número de tweets postados por um mesmo usuário (retweets e postagens autorais), 2 – Número de tweets originais, 3 – Número de retweets que um post autoral recebe, 4- Número de Tweets autorais que foram retwetados, 5 – média de retweets por tweet, e 6- fração de tweets que foram retwetados. Os dois primeiros serviam para medir a produção de um usuário, e os quatro últimos para calcular a influência do mesmo.
Quando colocaram essas informações em perspectiva, os pesquisadores perceberam que os amigos virtuais dos usuários investigado tinham, em média um desempenho 63% melhor do que eles- em todos os critérios. Apontando que 90% das pessoas sofrem do Paradoxo da Amizade Generalizada.
A causa disso é que, na verdade, existe uma hierarquia invisível dentro das redes que faz com que poucas pessoas sejam realmente relevantes. É como um sistema de pirâmide em que a inflência fica no topo, com pouquísimas pessoas: se você tem dezenas de seguidores, provavelmente segue pessoas com dezenas, centenas, milhares e milhões de followers. Agora, se você tem milhões de seguidores, muito dificilmente acompanhará perfis com só algumas dúzias de amigos.
Isso, na prática, acaba influenciando na produção de conteúdo nas redes. Por se entreterem vendo posts dos outros, 75% dos usuários do Twitter acabavam sendo só expectadores na rede social. Produzir para poucas pessoas é quase como conversar sozinho, então deixamos quem tem plateia falar mais – seja essa pessoa o Justin Bieber, ou aquele seu amigo.