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Sobreviver ao fim do universo

Com conhecimento preciso das leis da física e quantidades descomunais de energia, talvez seja viável escapar do Juízo Final

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 18 fev 2011, 22h00

Texto Reinaldo José Lopes

O Universo está se expandindo em ritmo muito acelerado neste exato momento. Ainda não se pode dizer com certeza onde isso vai parar, mas o destino mais provável do Cosmos não é nada agradável. Trata-se do chamado big freeze, o “grande congelamento” no qual a matéria e a energia das galáxias ficarão tão diluídas que o Universo, por assim dizer, começará a morrer de velho. Em alguns trilhões de anos, diz o físico Michio Kaku, da Universidade da Cidade de Nova York, “o Universo estará cada vez mais escuro, frio e solitário. As temperaturas vão despencar, as estrelas esgotarão seu combustível nuclear, as galáxias não mais iluminarão os céus”. Parece o fim, certo? Dá até para imaginar uma fuga do sistema solar quando o nosso Sol bater as botas, mas escapar do big freeze é pedir demais.

Não para Kaku, no entanto. O físico e futurólogo de origem japonesa é um dos mais ardorosos defensores da possibilidade de escapar ao fim do Universo de alguma maneira. Para isso, a civilização humana – ou seja lá que tipo de civilização descendente dela aparecer ao longo de bilhões de anos – terá de conhecer em detalhes as leis que regem o funcionamento do Cosmos, aprender a manipulá-las e ainda contar com uma enorme dose de sorte.


Um lugar para chamar de lar

O maior de todos os golpes de sorte envolve nada menos que a existência de algum outro Universo para o qual fugir, uma possibilidade que, para os físicos teóricos, está ficando cada vez mais forte (veja a reportagem sobre universos paralelos na pág. 46, para entender o porquê). A chamada hipótese do Multiverso propõe que o nosso Universo é uma espécie de “bolha” cósmica, enquanto uma enorme quantidade de outras áreas do Multiverso também estão passando por nascimento ou expansão. Outro jeito de imaginar a relação entre o nosso e os demais universos é pensar em folhas de papel paralelas umas às outras: para ir de um universo a outro, deve-se “furar” o espaço (o qual, na verdade, está fora do espaço-tempo que conhecemos).

O problema é que nada consegue atravessar a “distância” que separa as ilhas cósmicas. Ou, mais precisamente: nada, exceto a gravidade – segundo os físicos teóricos, essa força poderia atuar entre regiões separadas do Multiverso. Portanto, parece razoavelmente claro o que uma civilização avançada precisa fazer para escapar do Juízo Final: criar uma anomalia gravitacional tão poderosa que ela abriria uma brecha entre universos diferentes.

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Essa anomalia provavelmente seria uma versão dos buracos de minhoca, estruturas teóricas que também são importantes para especulações sobre a viagem no tempo. Um buraco de minhoca é basicamente um túnel conectando duas regiões distantes do espaço-tempo. Lembra-se das folhas de papel da comparação acima? Imagine que, na verdade, elas são folhas de borracha, e você afunda a de cima até encostar parte dela na de baixo.

Para construir uma passagem desse tipo, Kaku estima que seria preciso manipular a dita energia de Planck, equivalente ao controle energético de uma galáxia inteira. Apenas uma civilização que sobrevivesse e prosperasse por bilhões de anos, alcançaria tal nível de sofisticação. Porém, uma vez aplicada essa energia ao espaço-tempo, qualquer coisa é possível. Em tal nível de energia, a realidade torna-se instável e fluida, parecida com o que era durante o big-bang, de maneira que um rombo conduzindo do nosso Universo a outro adquire uma probabilidade considerável. É possível que, mesmo que não existam outros universos, essa iniciativa crie um novo pedaço do Cosmos. Seria a chance de migrar para lá – e começar tudo de novo.

 

 

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