Sérgio Gwercman, redator-chefe
Eu escolhi estudar jornalismo porque história sempre foi minha matéria favorita na escola. E, na minha cabeça, jornalistas e historiadores faziam quase a mesma coisa – a única diferença seria que um repórter não olha para o passado, mas escreve a história do seu tempo. Hoje, sei que minha visão na época do vestibular era um bocado simplista (e ainda não levava em conta que historiadores não precisam passar noites em claro na época do fechamento ou mudar uma edição inteira por causa de uma crise econômica). Mas eu não estava totalmente equivocado. Uma parte do trabalho jornalístico é, sim, observar e analisar os grandes momentos da humanidade – aqueles mesmos que no futuro serão estudados nos livros de história.
Foi com esse espírito em mente que preparamos as reportagens especiais sobre a crise global. Porque não duvide: estamos diante de um momento histórico. Ao terminar de ler as 10 páginas de matérias, você terá claro que o colapso dos mercados é um desses episódios capazes de mudar a direção em que nossa vida caminha. Para o mal ou para o bem (sim, a boa notícia é que pode sair alguma coisa boa desse desastre), o planeta será diferente daqui em diante. E, como a missão da Super é explicar o mundo para você, decidimos reunir forças na redação e mergulhar no assunto.
O editor Alexandre Versignassi voltou de férias direto para o turbilhão – escreveu sobre a história das bolsas de valores e sobre como a crise já está mudando o mundo. Em outra matéria, o editor Bruno Garattoni e a repórter Gisela Blanco perguntam se a crise não tem um pé em Matrix – onde a realidade, na verdade, é uma ilusão. Seria da mente humana, e não daquelas palavras que você nunca tinha ouvido falar (derivativos? alavancagem? créditos podres?), a culpa por esse rebuliço todo? Por fim, coube à equipe de arte transformar em imagem as informações que apuramos. Ao final desta edição, você vai ter entendido o que está acontecendo com o planeta. E também assistido à história passando diante dos seus olhos. Foi para isso que eu entrei na faculdade de jornalismo.
Um grande abraço.