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Uma imaginação barulhenta pode afetar como você ouve sons reais

Já sentiu seus pensamentos soando tão alto que parece que alguém apertou "mute" no mundo lá fora? Não se preocupe, é só seu cérebro sendo um pouco esquisito

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
26 fev 2018, 18h12

Imagine que, em uma bela tarde de domingo, você decide se dedicar a um bom livro. O telefone toca e você não escuta. O gato da vizinha mia e você não ouve. Sua mãe te chama e… Você não percebe.

Agora imagine que você não está lendo. Só está parado pensando, sonhando acordado. E mesmo assim os barulhos do mundo lá fora parecem meio… abafados. Será que você está ficando surdo? Segundo um grupo de cientistas da Universidade de Nova York, o mais provável é que seus pensamentos estejam simplesmente barulhentos.

Os pesquisadores estavam tentando entender como os estímulos internos (como os pensamentos) competem com os estímulos externos (como a campainha tocando e o gato miando) no nosso cérebro. Para isso, eles fizeram uma série de testes, um mais esquisito que o outro.

No primeiro, os voluntários precisavam repetir mentalmente a sílaba “da”. Metade deles foi orientada a imaginar que estavam falando no maior volume possível (“DÁÁÁÁÁ”). O segundo grupo foi orientado a fazê-lo da forma mais suave que pudesse, quase como um sussurro mental (daaa).

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Logo em seguida, os cientistas soltavam um áudio na sala. E os participantes precisavam dizer, de 1 a 5, quão alto era o barulho que ouviram.

Resultado: quanto mais barulhentos eram os pensamentos dos participantes, mais baixo eles consideravam que era o áudio – mesmo quando o volume do som era, na realidade, o mesmo.

O teste foi repetido com quatro grupos diferentes de pessoas, sempre com os mesmos resultados. Pensamento barulhento, áudio baixinho. Pensamento baixinho, áudio barulhento. 

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Os cientistas refizeram o experimento usando MEG e EEG (magnetoencefalografia e eletroencefalografia, respectivamente), exames que permitem acompanhar a atividade cerebral dos participantes durante as tarefas.

O que eles detectaram foi um mecanismo chamado “adaptação neural de volume”. Seu cérebro se acostuma com um nível alto de barulho (mesmo que o barulho venha de dentro da sua cabeça!) e aí reduz a sensibilidade auditiva, fazendo sons de verdade serem interpretados como mais baixos. “Isso acontece porque a percepção e as imagens mentais [o som mental, no caso] ativam as mesmas áreas cerebrais”, explicam os pesquisadores.

Segundo os autores da pesquisa, o estudo demonstra como a nossa percepção é complexa. Ela depende, em parte, dos sentidos, que captam os estímulos externos. Mas se fosse só isso, um som de 80 decibéis, por exemplo, seria percebido sempre igual, por qualquer pessoa, em qualquer situação.

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A percepção só surge da interação entre os sentidos e da cognição – é ela que processa e interpreta, de fato, todos os sons, reais ou imaginários. E é ela que vai fazer o miado do gato da vizinha parecer bem mais baixo (e menos incômodo) se o livro estiver bom. Ou se seus pensamentos estiverem gritando.

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