Um novo material supercondutor acaba de ser descoberto nos Estados Unidos – e pela primeira vez não se trata de uma cerâmica. A mais recente substância a revelar – se capaz de conduzir eletricidade sem resistência é um metal que em pó é usado comumente como veneno de rato: o tálio. O material exibiu propriedades supercondutoras a menos de 148 graus centígrados – um ganho respeitável em relação ao recorde de 175 graus negativos obtido no ano passado com um composto de ítrio, bário e cobre e ainda um avanço sobre os 159 graus negativos da recente cerâmica à base de bismuto (SUPERINTERESSANTE nº 7).
O feito dos americanos – logo repetido pelos japoneses – é também significativo porque prova que a supercondutividade não é privilégio das cerâmicas, o que amplia enormemente o campo das pesquisas. Além disso, o tálio é mais estável que a cerâmica, ou seja, menos sujeito a interferência das substâncias presentes no ar. Enfim, é também mais maleável, o que deverá facilitar sua utilização como fio elétrico. Afirma Paul Chu, cientista da Universidade de Houston, dos EUA, recordista da supercondutividade em 1987: “Isso nos dará uma vantagem muito grande no processo de fabricação dos compostos”.