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A hora do reclame

Politicamente correto é uma expressão que não existia nos anos 70 e 80 - veja por estes anúncios

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h53 - Publicado em 31 out 2005, 22h00

Marcos Nogueira

Pode folhear à vontade qualquer revista – você não verá um anúncio sequer de motosserras. Hoje pode parecer piada, mas até a propaganda de serras para derrubar florestas era coisa natural 30 anos atrás. A publicidade refletia a sociedade da época: mostrava alunos fumando na sala de aula; transpirava preconceito contra mulheres, estrangeiros ou quaisquer outros; enaltecia o consumo de álcool sem nenhuma ressalva. Ninguém ficava escandalizado – realmente não havia motivo para escândalo, já que o termo politicamente correto ainda não havia sido inventado. Confira aqui algumas pérolas pubicitárias garimpadas em revistas antigas.

SEM BAFO

Produto: Vodca Smirnoff

Ano: 1979

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Que cena mais charmosa: uma bela mulher tomando vodca no gargalo à beira da piscina! O problema desse quadro, na opinião de quem bolou o anúncio, seria o bafão de álcool que entregaria a moça quando ela chegasse, por exemplo, ao trabalho. Os publicitários parafrasearam o livro As Viagens de Gulliver: “Um dos pequenos habitantes (…) explicou a Gulliver que a bebida era boa porque, por mais que ele bebesse, continuava sem nenhum hálito denunciador.”

PILOTO DE ENCERADEIRA

Produto: Enceradeira GE

Ano: 1977

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A brincadeira do anúncio é falar de uma enceradeira usando linguagem de revista de automobilismo. No caso, todos os pilotos são mulheres. Não muito lisonjeiro para elas – e a peça foi publicada numa revista feminina. Aliás, ainda se fabricam enceradeiras?

CIDADE DO PECADO

Produto: Hotel Nacional do Rio

Ano: 1980

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No começo dos anos 80, as praias do Rio de Janeiro foram tomadas de assalto pelo topless – o biquíni sem a parte de cima. Mas é pouco provável que as cariocas pilotassem motos nesse traje. Mero detalhe para os autores do anúncio. Incentivo ao turismo sexual? Que é isso, você deve estar imaginando coisas… E mais: além de não usar sutiã, a gata não usa capacete.

CAIPIRINHA NA VEIA

Produto: Peça institucional dos laboratórios Hoechst

Ano: 1975

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A empresa em questão é de origem alemã, mas isso não foi empecilho para o anúncio retratar nossos amigos germânicos como uns beberrões. A chamada principal já diz que “o chopp com salsicha já não é a única paixão” dos funcionários estrangeiros. Mais abaixo, o texto afirma que a caipirinha foi o motor do sucesso da Hoechst no Brasil porque “afinal, não há nada no mundo que trabalhe sem combustível”.

MADEEEEEEEIRA!

Produto: Motosserra Stihl

Ano: 1975

A própria existência de um anúncio de tal produto numa revista de circulação nacional soa estranho nos dias de hoje. Em meados dos anos 70, a consciência ecológica era algo ainda meio incipiente – então, anúncios como este não causavam tanta polêmica. E justiça seja feita: a peça diz que a serra deve ser usada com bom senso.

VELA ACESA

Produto: Cigarros Minister

Ano: 1970

Para os padrões atuais, os anúncios de cigarros pegavam muito pesado. Repare neste: sugere que quem não fuma a marca anunciada é indeciso, talvez frouxo. E mostra um casal fumando enquanto veleja! Ainda que você seja um iatista fumante, não tente fazer isso em casa. Ou melhor, no barco.

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