Admirável vinil novo
Mais modernos, mais bonitos e mais caros, os novos LPs atraem velhos e novos fãs
Texto Emiliano Urbim
Quem acha que vinil é coisa de sebo, pai ou dj precisa dar uma volta no shopping. Entre as prateleiras de cds, dvds, livros e revistas, toda megalivraria que se preza já tem (ou voltou a ter) uma seção de lps. Ali não estão clássicos do samba-rock ou trilha de novela. Só discos novos e importados, geralmente na faixa de R$ 100 – isso sem falar nos boxes especiais.
Acompanhando uma tendência internacional puxada por relançamentos de jazz e de rock, a Livraria Cultura foi a primeira rede brasileira a se arriscar no nicho, em 2006. “A aceitação foi tão boa que pulamos de 10 para 1 000 títulos”, conta Paulo Herz, diretor comercial da rede. “É só 1% do nosso faturamento de música. Mas quem compra nos interessa, é um cara antenado em coisas novas… Engraçado chamar vinil de ‘novo’, né?”
Pois é, esse novo lp é diferente daquele Sassaricando – Internacional que mofa no fundo da estante. Feito de material melhor, é mais escuro e mais pesado (180 gramas) do que o modelo popularizado no Brasil (125 gramas), o que garante maior durabilidade e um som melhor. Além disso, o preço salgado é compensado, em parte, pelos encartes luxuosos.
Mas por que o vinil e por que agora? Só pra reforçar, em condições ideais, o som é mesmo melhor – tons graves são de 20 a 30% mais graves, por exemplo. Caçadores de tendência, porém, apostam em razões menos técnicas. Para Josh Bizar, da loja virtual de lps e som musicdirect, “as pessoas ainda querem se conectar com o artista, e o lado gráfico e lúdico do vinil faz isso de uma maneira que arquivos deletáveis nunca farão”.