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As 100 obras literárias que moldaram o mundo

Autores, acadêmicos, jornalistas e críticos escolheram as narrativas que mais marcaram a história da humanidade. E o melhor do Brasil está lá

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 31 Maio 2018, 01h18 - Publicado em 30 Maio 2018, 18h41

Se te perguntassem quais histórias moldaram sua vida, o que você responderia? É uma pergunta bem difícil, já que temos acesso a várias literaturas no decorrer dos anos e cada uma nos marca de formas diferentes. Mas sempre temos aquela favorita. E foram nessas preferidas que a rede britânica BBC focou para descobrir quais são as 100 histórias que moldaram nosso mundo atual.

Pessoas de vários lugares do planeta tiveram que escolher histórias marcantes, que atravessam gerações, continentes e influenciam sociedades. Cada um poderia escolher até cinco títulos. A BBC recebeu 108 respostas, vindas de autores, acadêmicos, jornalistas, críticos e tradutores de 35 países. Romances, contos populares, dramas e até poemas foram nomeados, em obras de 33 idiomas diferentes.

A lista inclui clássicos incontestáveis, como Odisseia, de Homero, que encabeça a lista. O poema épico escrito no século 8 a.C. conta as aventuras de Ulisses, rei de Ítaca, em seu retorno para a casa após o fim da guerra de Tróia. Com 24 cantos e mais de 12 mil versos, esse relato marca, junto com Ilíada (10º colocado dessa lista), o início da ficção no Ocidente. Digo “ficção” porque ainda hoje há dúvidas se eventos como a famosa guerra de Tróia realmente aconteceram. Aliás, até a existência do próprio Homero é contestada. O que gera ainda mais fascínio por essas obras.

Em segundo lugar temos o clássico americano A cabana do pai Tomás, de Harriet Beecher Stowe (Uncle Tom’s Cabin, no original). Lançado em folhetim entre 1851 e 1852, é conhecido como a primeira novela amplamente lida nos EUA, tendo vendido mais de 4 milhões de exemplares até pouco antes da Guerra de Secessão (1861-1865). O tema do livro: escravidão. Não à toa, sua venda foi proibida nos Estados Confederados. Apesar da importância histórica e de ter virado até novela da Globo na década de 60, a obra é bem pouco popular no Brasil.

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Completando o top 5 temos Mary Shelley e seu Frankenstein em 3º lugar, representando o terror gótico psicológico; o universo distópico de George Orwell, 1984, em 4º; e O mundo se despedaça (Things Fall Apart), do nigeriano Chinua Achebe, em 5º lugar, mostrando a melhor da literatura africana.

Esses cinco primeiros podem surpreender pela falta de clássicos shakespearianos, mas isso não significa que eles não estão na lista. O autor é um dos mais citados, com três de suas obras no top 100 — Hamlet (8º), Romeu e Julieta (13º) e Rei Lear (33º). Outro que também pode pedir música no Fantástico é Franz Kafka, que emplacou não só A Metamorfose (50º), sua principal obra, mas também O Processo (36º) e Diante da Lei (75º).

No total, são 23 autoras mulheres na lista. A modernista Virginia Woolf foi a mais bem representada: Ao Farol (42º), Mrs Dalloway (48º) e Orlando: uma biografia (83º) constam na lista. Jane Austen e JK Rowling também aparecem, porém é bonito de ver a boa ficção científica sendo representada por uma mulher: o fascinante A Mão Esquerda da Escuridão, de Ursula Le Guin, está em 72º lugar.

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Para finalizar, brasileiros também marcaram presença: Memórias Póstumas de Brás Cubas, o clássico de Machado de Assis, está em 60º lugar. As sarcásticas lembranças do defunto autor (não autor defunto), lançadas em 1800 na forma de folhetim, representam o início da escola realista no país. O livro inaugura o estilo pelo qual Machado é tão conhecido e cultuado: ironia, não linearidade, ousadia e crítica social permeiam toda a vida do protagonista Brás Cubas. E Machado não poupa inovações: capítulos como “O velho diálogo de Adão e Eva”, em que ele descreve a transa do protagonista com Virgília apenas com pontos, ou “O Almocreve”, em que lemos a mesquinharia típica da elite mascarada com uma forte ironia, são exemplos de ousadias nunca antes vistas na literatura brasileira (e até mundial). “Borboleta Preta” e “Na Ponta do Nariz” mostram um viés reflexivo e quase surrealista do autor. A obra é uma verdadeira aula de como escrever bem. E representa o melhor do Brasil.

Confira a lista dos 10 primeiros colocados:

1. Odisseia (Homero, século 8 a.C.)
2. A cabana do pai Tomás, (Harriet Beecher Stowe, 1852)
3. Frankenstein (Mary Shelley, 1818)
4. 1984 (George Orwell, 1949)
5. O mundo se despedaça (Chinua Achebe, 1958)
6. Mil e Uma Noites (vários autores)
7. Dom Quixote (Miguel de Cervantes, 1605-1615)
8. Hamlet (William Shakespeare, 1603)
9. Cem Anos de Solidão (Gabriel García Márquez, 1967)
10. Ilíada (Homero, século 8 a.C.)

Para conferir os 100, acesse aqui a lista completa.

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