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Censura 18 anos

As coisas boas da vida que não eram para o seu bico, pirralho!

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 31 ago 2005, 22h00

Clarissa Passos Garcia e Marcos Nogueira

Quem tem 30 anos ou mais deve lembrar do famigerado certificado de censura: era um pedaço de papel esmaecido que sempre aparecia na tela antes da exibição de um filme ou programa de TV, indicando a faixa etária que podia apreciar a atração. Os censores eram implacáveis com os artistas que mostravam, insinuavam ou falavam de sexo, nudez ou política. No melhor dos casos, classificavam a obra como proibida para menores de 18 anos (no pior, simplesmente proibiam sua divulgação).

Nós, é claro, éramos jovens demais para nos preocupar com o cerceamento à liberdade de expressão. Estávamos, sim, preocupados com o que poderia rolar de tão divertido no mundo dos adultos, ao qual não tínhamos acesso oficial. Não podíamos sair à noite, não podíamos ver filmes “picantes”, não podíamos comprar certas revistas. Até os discos de piadas do Costinha eram proibidos para nós! Em suma, éramos pirralhos.

Anos 70

1. Televisão

Com a ditadura a pleno vapor, não passava nada mais “forte” na televisão. E, ainda por cima, a todo 7 de setembro era reprisado o filme Independência ou Morte, com Tarcísio Meira no papel de D. Pedro I. Ainda se mostrassem a movimentada vida pessoal do imperador…

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2. Cinema estrangeiro

Da França veio Sylvia Kristel. Ela interpretava a lasciva Emannuelle – que habitou os sonhos dos garotos até eles crescerem e verem como o filme era ruim. Mais cabeça, O Último Tango em Paris, de Bernardo Bertolucci, chocou o mundo com sua manteiga multiuso.

3. Cinema nacional

O Brasil vivia o auge das pornochanchadas – comédias em que tudo era pretexto para a nudez de Vera Fischer, Sandra Bréa e Aldine Müller, entre outras atrizes. Os filmes tinham títulos edificantes como A Ilha das Cangaceiras Virgens e Como é Boa Nossa Empregada.

4. Humor

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Ary Toledo e Costinha eram os reis das piadas sujas, gravadas em discos de vinil de venda restrita a maiores. Os elepês eventualmente escapavam para as mãos (e ouvidos) das crianças – que reproduziam para os coleguinhas a última do casal de portugueses ou da bichinha.

5. Musa pornô

Os anos 70 viram a indústria dos filmes de sexo explícito florescer. O grande clássico dessa época é Garganta Profunda, em que Linda Lovelace vivia uma mulher com o clitóris alojado na garganta. Mais tarde, Linda se engajou em movimentos antipornografia.

6. Revista

Em 1975 nascia a Playboy (ainda com o nome Homem), que mostrava as musas de então, como Rose di Primo, em poses ousadas – mas nem tanto, já que pêlos eram proibidos. A grande alegria da molecada era acompanhar o pai para consertar um pneuna borracharia.

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7. Balada

O lugar a que não podíamos ir à noite chamava-se discoteca. Tudo começou num clube de Nova York chamado Studio 54, com orgias movidas a cocaína. Mas nós não sabíamos disso: para a gente, a disco era John Travolta em Os Embalos de Sábado à Noite e Sônia Braga na novela Dancin’ Days.

Anos 80

1. Televisão

Com o relaxamento da ditadura, a TV exibia as pornochanchadas da década anterior.Às sextas-feiras, a sessão Sala Especial era programa obrigatório para depois que os pais tinham ido dormir. São também dessa época as coberturas de bailes carnavalescos com “modelos” desinibidas.

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2. Cinema estrangeiro

Na esteira da manteiga de O Último Tango…, toda uma geladeira é esvaziada numa cena de sexo de 9 e 1/2 Semanas de Amor, com Kim Basinger. Sem legumes, Kathleen Turner foi quem realmente eriçou a rapaziada emCorpos Ardentes.

3.Cinema nacional e teatro

A pornochanchada deu lugar a filmes atormentados como Eue Amor, Estranho Amor,de Walter Hugo Khouri –a compensação era ver Monique Evans e Xuxa como vieram ao mundo. O besteirol nudista migrou para o teatro, em peças como Oh, Calcutá!.

4.Humor

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O jornal Planeta Diário e a revista Casseta Popular, ambos feitos por estudantes cariocas, pegavam pesado nos palavrões em piadas que não perdoavam ninguém, de Caetano Veloso ao presidente.As 2 turmas se uniram e, para trabalhar na Rede Globo, precisaram se comportar.

5. Musa pornô

Os anos 80 tornaram populares o videocassete e os vídeos pornôs – assim como as aventuras da molecada para descolar uma fita.O clássico New Wave Hookers (“Prostitutas New Wave”) reuniu 2 estrelas do gênero em 1985: as loiras Traci Lords, que tinha só 17 anos, e Ginger Lynn.

6. Revista

Ah, as Playboy dos anos 80: Luciana Vendramini, Maitê Proença, Luiza Brunet, Vanusa Spindler, Vera Fischer, Maria Zilda, Cláudia Ohana, Suzane e Simone Carvalho, Christiane Torloni, Lídia Brondi, Luma de Oliveira (no auge), Tássia Camargo, Isadora Ribeiro…

7. Balada

No começo dos 80, havia uma coisa chamada roller: um misto de rinque de patinação com discoteca, com azaração sobre rodas. Treco meio estranho, onde a gente só podia ir no domingo à tarde. Depois, as casas noturnas passaram a se chamar danceterias e, mais tarde, surgiram as – ai! – lambaterias.

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