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E se… Romeu e Julieta não tivessem morrido?

A civilização ocidental não seria a mesma, garantem críticos literários e estudiosos da obra de William Shakespeare (1564-1616)

Por Gilberto G. Pereira
Atualizado em 14 dez 2017, 13h59 - Publicado em 30 nov 2005, 22h00

Se os dois personagens principais não tivessem morrido, a peça teria um final diferente, ou seja, não seria o Romeu e Julieta que todos conhecemos. Os especialistas dizem que a grande força da história é não apenas a forma como Shakespeare descreveu o relacionamento proibido entre os dois jovens, mas seu trágico desfecho. Ao matar os protagonistas, ele criou o texto definitivo sobre o amor sem limites, 100% humano (o curioso é pensar que o bardo inglês chegou a pensar em fazer uma comédia, mas percebeu o erro e decidiu matar o engraçado Mercúcio, amigo de Romeu, antes que ele roubasse a cena).

É por isso que muitos consideram a peça uma das obras-primas do drama e da literatura universais, que rendeu incontáveis adaptações para cinema, música e teatro. “Todas as criações shakespearianas falam de questões fundamentais para a humanidade e nos fazem aumentar a consciência sobre nós mesmos”, afirma Fernando Nuno, responsável pelas adaptações do dramaturgo inglês para o português moderno publicadas pela editora Objetiva. O crítico literário americano Harold Bloom vai além e a coloca como um pilar da nossa cultura: “Shakespeare inventou o ser humano.”

Num ponto, todos concordam: sir William foi o maior de todos os adaptadores, com uma habilidade extraordinária para traduzir para a linguagem literária mitos comuns a várias culturas (como é o caso do amor romântico de Romeu e Julieta). Assim, se ele tivesse bolado um fim diferente para a peça, o mito do amor puro e arrebatador teria continuado em aberto, até que outro autor escrevesse um texto definitivo. E quem seria o responsável pela façanha? “Como esse ideal sempre esteve presente no imaginário de artistas de várias épocas, Machado de Assis poderia criar uma obra-prima sobre o tema”, afirma Fernando Nuno. Confira aqui como poderiam ser outras versões da história, se ela não tivesse sido escrita há quase 400 anos.

Dois personagens em busca de um autor

Como seria essa história nas mãos de outros grandes autores do teatro e da literatura

Irmãos Grimm

A história poderia ser um conto de fadas dos irmãos Grimm, como A Gata Borralheira. “Essa narrativa apresenta um conflito que no fim é resolvido e o equilíbrio, reposto. Por isso, sempre há um final feliz”, explica Maria Lúcia de Sampaio Góes, especialista em literatura infanto-juvenil da USP.

Comédia

Segundo o diretor Gerald Thomas, Molière teria feito uma comédia farsesca. “O dramaturgo francês é cheio de provocações eróticas e aqui não seria diferente.” Para Philipe Villemarp, professor de literatura francesa da USP, “alguns personagens célebres, como Tartufo, entrariam na história”.

Machado de Assis

Machado de Assis ambientaria a peça no Rio de Janeiro do fim do século 19 e contaria a história de um jovem de família republicana abolicionista e uma filha de monarquistas escravagistas. “Ele misturaria elementos românticos e realistas, dando um final trágico à narrativa”, diz Fernando Nuno.

Bestseller

Hoje, a velha história de amor poderia ser contada em formato de um bestseller adulto. Ambientada na Idade Média, teria muita ação e aventura, com cenas de violência e toques de mistério. Seria um modelo mais próximo de O Código da Vinci do que da Cinderela.

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