Escritores de games
Com aventuras cada vez mais sofisticadas e um mercado superaquecido, ser roteirista de games virou uma profissåo de calibre. E tem até prêmio mundial!
Texto Sara Godinho
A indústria do videogame fatura quase o mesmo que Hollywood, mas sempre foi vista como uma área menos nobre do entretenimento. Agora, além da grana, o pessoal dos games quer conquistar o reconhecimento que nunca teve. Nesse movimento, começa a se expandir um importante mercado: o de escritor de games. Jogos como os rpgs e os adventures (games de aventura), que têm longas histórias e muito diálogo, tipicamente têm roteiros que beiram 300 páginas, o triplo do que é gasto para escrever um filme. Com tanto espaço, é natural contratar um profissional para torná-lo atraente e capaz de manter o envolvimento do jogador.
“Para saciar a ânsia criativa ao máximo, uma pessoa irá procurar maneiras de dar empurrões nos limites de sua criatividade”, diz o britânico Steve Ince, premiado escritor e designer de jogos de sucesso como Beneath a Steel Sky e a série Broken Sword. “Jogos, por causa da sua natureza em constante mudança, hoje oferecem uma das melhores chances de um indivíduo criativo explorar seus próprios limites. Para um escritor, é uma oportunidade ideal para inovar em um meio que devora ideias inovadoras como nenhum outro.” Tanto que os games estão atraindo roteiristas tarimbados de outros segmentos, como Hollywood e histórias em quadrinhos. De Hollywood, Chris Morgan (de filmes como O Procurado e Velozes e Furiosos). Dos quadrinhos, Grant Morrison (X-Men, Invisíveis). A lista é grande.
Como a área está crescendo, também está sendo levada cada vez mais a sério. Alguns tradicionais prêmios de cinema e televisão já incluem uma categoria para games – é o caso do Sindicato dos Escritores da América, que há 3 anos premia roteiristas de jogos nos EUA, e do Bafta, uma espécie de Oscar britânico, que possui uma premiação inteira voltada aos jogos, com mais de 10 categorias.
• US$ 310 milhões é o faturamento estimado que a Amazon deve obter com o e-book reader Kindle este ano. Para 2012, a estimativa é que o gadget gere US$ 2 bilhões em vendas, segundo a consultoria Barron’s.
• US$ 1 bilhão é o valor total do faturamento gerado pelos 35 milhões de discos vendidos pelo videogame Rock Band – e isso sem contabilizar o game com os Beatles!
• 25% dos americanos que trabalham em escritórios jogam games durante o expediente. 19% dos estadunidenses dão uma jogadinha quando estão de cabeça cheia, porque acreditam que uma partida ajuda a pensar.
• 20 milhões é o número de crianças que estarão em redes sociais em 2011 – mais que o dobro de dois anos atrás.