Essa artista vai construir um Partenon só com livros proibidos
A instalação vai ser montada na Alemanha, país que baniu e queimou livros em praça pública durante o regime nazista.
O Partenon, em Atenas, é o maior monumento ainda em pé da Grécia Antiga: um símbolo da democracia e um templo dedicada à deusa Atena, a da sabedoria. Agora ele vai ser recriado e, em vez de mármore, serão usados 100 mil livros banidos como matéria-prima. A ideia da artista plástica argentina Marta Minujín é fazer uma homenagem ao conhecimento – e um alerta contra a ignorância também, para que se lembre dos perigos da proibição de livros.
No momento, Minujín está recolhendo os livros – que podem estar banidos atualmente em qualquer país do mundo ou que já foram proibidos em algum momento da história. O Partenon literário será erguido em uma praça de Kassel, cidade que abriga a cada 5 anos uma importante feira de arte contemporânea, e o exato local onde em, 1933, nazistas promoveram uma enorme fogueira para destruir 2.000 obras mal vistas pelo regime totalitário.
A obra é a recriação de um outro Partenon, menorzinho, que Marta Minujín construiu na Argentina, em 1983, para celebrar o fim da ditadura no país vizinho. Assim como da primeira vez, a obra ficará exposta ao público e depois será derrubada, para que qualquer pessoa possa pegar os livros e levá-los para casa. “Democracia sem livros não é democracia”, disse a artista em uma declaração ao público.
Entre os livros que já foram banidos na história estão Alice no País das Maravilhas (na China, em 1931), A Revolução dos Bichos (na antiga União Soviética e hoje em dia na Coreia do Norte e no Vietnã) e até o Código da Vinci (que foi banido por um tempo em 2004 no Líbano). A lista de todos os livros proibidos pelo regime nazista pode ser vista aqui – e se você possuir algum livro que já foi proibido em algum lugar, pode doar a obra para o Partenon de livros, por aqui.