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Livros SuperImportantes

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Atualizado em 31 out 2016, 19h01 - Publicado em 11 dez 2009, 00h00

Tragédia no tribunal

O julgamento de Sócrates, I.F. Stone, Companhia das Letras, São Paulo, 1998

Antonio Augusto da Costa Faria

O jornalista americano Isidor Feinstein Stone, 81 anos, que só assina I.F. Stone, tem feito sua longa vida profissional e intelectual uma cruzada pela liberdade de pensamento e expressão. “Não pode existir uma sociedade decente sem liberdade de crítica”, costuma fizer. Foi essa preocupação que o levou a buscar as raízes de questão na Atenas da Antiguidade, onde a liberdade floresceu num grau jamais visto antes. Sua paixão pelos gregos, no entanto, era abalada pela tragédia de Sócrates (c. 469-c. 399 a.C.), o filósofo condenado à morte por “corromper” – “subverter”, se diria hoje – a juventude ateniense. “Este livro é o fruto desse tormento”, esclarece Stone.

Trata-se de uma excelente introdução ao pensamento socrático, em que o autor desvenda um filósofo com um profundo desprezo pela democracia, para quem o Estado ideal seria governado por um monarca absoluto a conduzir um rebanho. Essa concepção estava em confronto com a visão grega da polis (cidade) como associação de homens livres que tinham não só o direito, mas a obrigação de debater e decidir pelo voto as questões que afetavam a vida do cidadão e de toda a cidade. As concepções de Sócrates se materializarem de alguma forma na ditadura estabelecida em Atenas por elementos da aristocracia entre 411 e 404 a.C. O gosto amargo dessa experiência acabou levando o filósofo ao tribunal – e à morte. E a democracia ateniense ficou com a mancha de tirar a vida de um homem por suas idéias.

Banho de Lua

Lua, nosso planeta irmão, Peter Cadogan Francisco Alves, Rio de Janeiro, 1985

Martha San Juan França

Apesar do título, que parece mais indicado para atrair pessoas místicas, este é um livro escrito por um cientista com informações objetivas sobre a Lua. O geólogo inglês Petrer Cadogan estudou as primeiras amostras de pedras trazidas pela Apollo 11 em 1969 (veja reportagem nesta edição) para a sua tese de doutoramento na Universidade de Bristol. Depois se apaixonou pelo tema e o resultado foi este livro, um dos estudos mais completos e atualizados sobre o que se conhece já se fez e se pretende fazer para o aproveitamento da Lua. A intenção de Cadogan não é apenas explicar alguns aspectos importantes do satélite, como seu movimento, seus eclipses e marés, mas também falar de tudo o que se aprendeu com os instrumentos instalados em seu colo e com as pedras trazidas pelos astronautas.

Algumas perguntas sobre a Lua têm respostas prontas. Não existe ali vida, nem água nem minerais preciosos como se percebe pelas histórias que o livro conta sobre as investigações lunares (americanas e soviéticas) e suas contribuições para o estudo da química e mineralogia do satélite. Outras perguntas, porém, ainda não foram respondidas. A ciência não sabe, exatamente, qual a origem da Lua e até mesmo a origem da Terra. Mas o livro mostra como, à medida que a exploração da Lua avançava, e se aprendia mais sobre a natureza e história de outro astro do sistema solar, se começava também a estudar a Terra sob uma perspectiva cósmica. Afinal, lembra Cadogan, a Lua é “um campo de provas ideal para as teorias de evolução planetária”.

Matemática humana

O sonho de Descartes, Philip J Davis e Reuben Hersh, Francisco Alvez, Rio de Janeiro, 1988

Anthony de Christo

Em novembro de 1619, o filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650) sonhou com um mundo unificado pela Matemática, onde todos os assuntos do intelecto poderiam ser abordado racionalmente. Três séculos mais tarde os matemáticos americanos Philip J. Davis e Reuben Hersh associaram-se para fazer um balanço da realidade imaginada por Descartes: a maneira como anda o mundo, de acordo com a Matemática.

O livro e uma coleção não muito lógica (como gostaria Descartes) de ensaios, entrevistas, crônicas e artigos reunidos livremente em torno de assuntos diversos. E pode ser lido ao acaso, contentando leigos e especialistas. Davis, professor de Matemática Aplicada da Universidade Brown em Rhode Island, e Hersh, que leciona Matemática na Universidade do Novo México, procuram mostrar como as suas aplicações, principalmente advindas das atividades dos computadores, permeiam a vida das pessoas sem, por isso, fazê-las se aprofundar no conteúdo racional com que sonhava Descartes.

Pergunta Hersh: “Estamos nos afogando em dígitos? Há uma saída à vista?” E responde: “Sim, estamos; e não, não há”. Mas há esperança, segundo os próprios autores. “O que talvez possa ser crucial”, observam eles, “é a sociedade desenvolver uma consciência própria de que está se beneficiando, de algum modo, através do uso normal da Matemática e, portanto, está fazendo algo para si mesma. Dessa maneira, a Matemática se torna uma instituição humana.”

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