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Atualizado em 31 out 2016, 19h01 - Publicado em 30 jan 2010, 00h00

Preconceitos de quem está na frente da fila

Vida maravilhosa, Stephan Jay Gould, Companhia das Letras, São Paulo, 1990

Poucas imagens, no mundo da ciência, são tão conhecidas como a dos antepassados do homem em fila indiana. Mas, embora didática e correta, em linhas gerais, ela acaba transmitindo diversas idéias errôneas sobre a Teoria da Evolução. É o que pretende mostrar o escritor e paleontólogo americano Stephen Jay Gould. Assim, proporcionando com seu livro, recém lançado do Brasil, uma gostosa aula de como se deve fazer e compreender a ciência. Alguns dos erros apontados por Gould são muito comuns e até banais. Por exemplo, a noção de que os chimpanzés são ancestrais do homem. Em vez disso, o que a teoria afirma é que os macacos e o homem desenvolveram-se a partir de um mesmo animal, já extinto, que viveu há cerca de 15 milhões de anos.

Nesse caso, os chimpanzés são nossos primos contemporâneos. Conseqüentemente, devem ser tratados como iguais, e não como seres mais atrasados na escada da evolução. Na verdade, o equívoco mais importante está ma própria imagem de escada – ou, o que dá na mesma, na imagem de fila indiana. Ela é muito útil para ilustrar a sucessão das formas vivas ao longo do tempo. Mas isso não quer dizer que existe uma marcha inexorável rumo ao progresso, dos seres mais atrasados para os mais avançados. Gould ironiza concepção. “A vida é mais como um arbusto profusamente ramificado e continuamente podado pela tesoura das extinções.”

Ele acredita que as pessoas sentem-se compelidas a simplificar as confusas linhagens de seres nesse arbusto. Assim, geralmente, ignora-se o desenvolvimento dos ratos, porque esses animais são representados por um grande número de espécies. “Não podemos adaptar sua evolução à nossa tão querida imagem da escada” , conclui o autor. Ao mesmo tempo, dá-se grande destaque ao cavalo: como restou apenas uma espécie moderna de sua linhagem, ele parece ser um símbolo do sucesso. Talvez até sem pensar, imagina-se a espécie sobrevivente como uma vencedora. Mas, nesse passo, deixa-se de lado a riqueza do arbusto para louvar um único ramo solitário.

Para ilustrar o que considera um “colossal equívoco” nessa maneira de avaliar a evolução, Gould dedica a maior parte de seu livro aos fósseis de Burgess Shale, no oeste do Canadá. Uma das maiores descobertas da Paleontologia, eles revelam um período explosivo na história da vida, quando apareceram na Terra os primeiros invertebrados, como os camarões e caranguejos. De acordo com a visão tradicional, apenas por serem antigos, esses animais deveriam ter formas rudimentares. Assim, desde a sua descoberta, no início do século, foram artificialmente classificados como meros ancestrais dos invertebrados modernos.

Sob análise mais detalhada, porém, os fósseis acabaram descortinando uma barafunda de anatomias incompreensíveis – mais ricas e mais variadas do que a da fauna marinha atual. Em outras palavras, em Burgess Shale, a suposta escada evolutiva parecia simplesmente estar de cabeça para baixo. Na verdade, de acordo com Gould, esse é o padrão real da vida. Não é fato que, quando os animais surgem, são representados por umas poucas espécies simples, as quais, ao longo dos milênios, vão adquirindo formas mais complexas. Em vez disso, existem períodos em que a vida subitamente explode em centenas de formas complexas: nos períodos posteriores, a maior parte delas é eliminada por extinções.

Sabe-se muito pouco ainda sobre esses grandes eventos dinâmicos da natureza – tanto os criativos, como so destrutivos. Eles certamente não estavam previstos na clássica Teoria da Evolução, criada há mais de 100 anos pelo gênio do inglês Charles Darwin (1809-1882). Por isso, para os próximos anos, prevê-se uma grande reforma nesse ramo do conhecimento, inclusive com a contribuição de Gould. Mas para isso, acredita ele, é preciso romper com as imagens convencionais, por melhores que tenham sido os seus serviços no passado. E justifica-se “Tudo o que é muito familiar acaba aprisionando o nosso pensamento”.

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Céu em dose dupla

Carta celeste do Brasil, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Livraria Francisco Alves, Rio de Janeiro, 1991

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Anuário de Astronomia 1991, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Livraria Francisco Alves, Rio de Janeiro, 1991
Quem gosta de observar os planetas, mas não tem um guia simples e seguro para encontrá-los no céu, pode recorrer à Carta Celeste do Brasil, do astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, que acaba de ser reeditada. A carta se compõe de quatro máscaras que adéquam o aspecto do céu conforme o lugar em que a pessoa se encontra. Do mesmo autor, o recém-lançado Anuário de Astronomia de 1991, relaciona os eventos do ano, como eclipses, cometas periódicos, principais lançamentos de sondas, fases da Lua e apresenta um resumo dos acontecimentos recentes mais marcantes nesse campo.

 

 

 

 

 

A ousadia de Hatchepsut

Faraona de Tebas, Francis Fevre, Editora Mercuryo, São Paulo, 1991

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No século XVI a.C. Uma mulher desafiou a tradição egípcia e fez-se coroar faraó. Até então, só tinha governado representantes do sexo masculino. O reinado de Hatchepsut, o quinto da 18ͣ dinastia, é considerado um dos mais importantes do antigo Egito, e foi reconstituído pelo historiador francê Francis Fêvre. Por sua ousadia e ambição. Hatchepsut chegou a ser amaldiçoada pelos faraós que a sucederam. Em represália, eles mandaram destruir tudo que pudesse lembrá-la, inclusive suas imagens. Por esse motivo, ela permaneceu esquecida por mais de 3 000 anos. Mesmo assim, uma estátua da “faraona” foi preservada e está exposta no Museu do Cairo.

 

 

 

 

O filão medieval

Dicionário da Idade Média, organizado por Henry R. Loyon, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1990

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Trata-se de uma pequena enciclopédia sobre os mais variados aspectos do período medieval. De fato, não é de hoje que os historiadores estão redescobrindo essa fase tão fértil da histéria universal, e desfazendo um equívoco: durante séculos, a Idade Média foi chamada pejorativamente de “idade das trevas”. Nesse exaustivo e completo trabalho, o autor, historiador inglês, professor da Universidade de Londres, contou com a colaboração de quarenta especialistas no assunto para a elaboração dos verbetes.

 

 

 

 

Mal que tem cura

Dor de cabeça, esse labirinto tem saída, Alexandre S. Feldman, Edições Paulinas, São Paulo, 1991

Muito freqüente ente a maioria das pessoas, a dor de cabeça é um mal que tem tratamento. Pelo menos é o que mostra o médico brasileiro Alexandre Feldman, que há anos se dedica à pesquisa dessa dor tão corriqueira e incômoda. Em linguagem simples, ele explica o que é a dor de cabeça, seus diferentes tipos, de que forma ela se manifesta, o que pode ser feito para tratá-la e quem sabe livrar-se dela para sempre.

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